Os atores do elenco da novela Travessia estão incomodados com as declarações homofóbicas de Cássia Kis. Após a entrevista em que a atriz disse que alguns tipos de relações estão “destruindo a família”, se criou um climão entre os integrantes do folhetim de Gloria Perez. “Não existe mais o homem e a mulher, mas mulher com mulher e homem com homem”, disse ela em conversa com a jornalista Leda Nagle em uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
De acordo com informações da coluna da jornalista Patricia Kogut, de O Globo, os artistas da novela das 21h da Globo não gostaram nada das declarações homofóbicas da veterana. Na semana passada, a emissora líder teve que se posicionar e repudiar as falas as preconceituosas da intérprete da vilã Cidália. “A Globo tem um firme compromisso com a diversidade e a inclusão e repudia qualquer forma de discriminação”, disse a rede em nota.
Na conversa, Cássia Kis soltou declarações como se apenas casais héteros pudessem ter filhos, o que causou revolta nas redes sociais. “Não existe mais homem e mulher, mas mulher com mulher e homem com homem, e homem com homem não dá filho, nem mulher com mulher. Como a gente vai fazer?”, disse ela, que pretende se aposentar dos folhetins após o término da atual produção.
Nos anos 1980, a atriz optou por interromper uma gravidez e se arrependeu. Desde então, ela tem se posicionado contra o tema e luta contra a legalização no Brasil. No país, a gravidez pode ser interrompida até os três meses de gestação ou em qualquer período nos casos de estupro e risco de morte da mãe. “Ouvi falar que lá na Europa, que é tudo legalizado e espero que nos mantenhamos longe disso, eles fazem a mãe escutar o coração do bebê. Se tivesse ouvido o coração do meu filho na barriga, teria tido este filho que não tive. Eu matei o meu filho”, disse.
Kis também comentou sobre formação de família e lamentou os lares com filho único ou sem herdeiros. Além disso, a atriz de Travessia disparou desserviço contra métodos contraceptivos ao citar o caso de amigos de um dos filhos dela. “Ficam encantados, evidente. Trata-se de uma vida, a gente pari Deus”, continuou. “Para esses jovens, fazer um aborto, tomar uma pílula do dia seguinte, um anticoncepcional é muito fácil, porque eles não têm a referência do bebê, da vida dentro da barriga. Isso é grave, muito grave”, afirmou ela, na ocasião.