Enrique Diaz saiu de uma grande carga dramática com Pantanal e o papel de Gil para logo depois embarcar no Timbó de Mar do Sertão, da Globo. O ator relatou que uma das inspirações foi Renato Aragão e pontuou que o personagem precisou ser carregado com algumas referências do Didi. “O Timbó é um presente. Tem uma onda ali meio Renato Aragão”, contou ele ao gshow.
“Existe uma onda popular mesmo, eu falo: ‘Sem medo de ser feliz, vou entrar nisso e assumir.’ É para ser sofisticado, mas assumindo essa outra linguagem. Não me inspirei no Didi para fazer, mas em termos da frequência de linguagem, por mais que ele seja divertido, tem as questões familiares: ele é muito pobre, é também machista… E ele tem um estilo, uma textura, que tem a ver sim com a comédia brasileira”, relatou.
O ator afirmou que algumas inspirações também vieram da vida dele. Pessoas que ele enxergou durante a carreira. “Eu acho que o Didi está presente, porque ele formou a gente. Não é só um cara fazendo palhaçada, tem um mundo ali maravilhoso, que vi muito na vida. Esse machismo é muito bem codificado, empedernido. E, por ser um personagem fofo, a gente não fica querendo matar o Timbó. A função dele é trazer esses erros para a roda e, sendo um personagem carismático e querido, as pessoas se identificam com ele, mas ficam com vergonha dessa parte”, opinou o artista.
Enrique Diaz declarou que apesar da narrativa do personagem ser mais leve, ele se incomoda com o machismo impregnado no papel. “A arte tem essa função de dar uma tropeçada, criar um problema, e você descobre que tem que fazer a sua narrativa, se abrir às contradições e, ao mesmo tempo, ser claro e honesto nas relações. Acho isso tudo muito bom. Mas confesso que, toda vez que faço uma cena em que esse machismo aparece, eu me incomodo, porque parece que aquilo cola em mim. E aí lembro: a função é essa, tem que fazer. E fazer de um jeito que não seja pesado, mas sem fugir do assunto. O Timbó está ali para a gente aprender com ele”, afirmou.
