Intérprete do coronel Tertúlio de Mar do Sertão, o ator José de Abreu já foi acusado por uma colega de trabalho de ter mau hálito. Maria Zilda Bethlem teria constatado o fato durante o período em que eles trabalharam juntos em uma novela e tiveram que gravar uma cena de beijo. Em 2020, no auge da crise sanitária causada pelo vírus da infecção respiratória, a atriz fez lives com outros artistas e contou uma série de acontecimentos curiosos da sua carreira na Globo.
Um dos babados revelados por Maria Zilda foi a relação com Zé de Abreu na época da novela Bebê a Bordo (1988). Em conversa com o ator Murilo Benício, a veterana comentou que na época da novela escrita por Carlos Lombardi, Abreu vivia uma fase “muito doida”. Segundo ela, o artista da novela Mar do Sertão tinha mau hálito por exagerar na bebida alcoólica. “Era uma coisa insuportável. Ele suado. Já tinha o cheiro do suor, mais o do cigarro, mais o da bebida […] o Zé era um bicho”, disse ela, que viveu a personagem Ângela na trama dos anos 80.
Maria Zilda Bethlem também recordou que certa vez Zé de Abreu estava tão compulsivo por bebida, que obrigou o contrarregra a lhe dar cachaça na boca enquanto ele filmava uma cena em que estava amarrado. Algum tempo depois, foi a vez do ator contar segredos que viveu com a atriz. “Transávamos no meio do nada na hora do almoço, comer para quê? Pegava o cavalo do personagem, a colocava na garupa e íamos para baixo de uma árvore, longe dos olhares da equipe. Estendia meu poncho azul com forro vermelho na relva e nos amávamos como se a vida acabasse ali”, disse ele em sua biografia lançada um ano depois das revelações da atriz. As aventuras de amor intenso entre eles teriam acontecido nos bastidores do filme A Intrusa (1979).
José de Abreu diz que Mar do Sertão lembra novelas de Aguinaldo Silva
Zé de Abreu, que vive o coronel Tertúlio na novela Mar do Sertão, falou sobre o seu personagem durante a coletiva de imprensa para o lançamento do folhetim, em agosto deste ano. O ator comentou sobre sua volta às tramas modernistas e comentou que a história em exibição na faixa das seis da Globo atualmente lembra as histórias criadas pelo autor Aguinaldo Silva, que deixou a emissora em 2020. “Mar do Sertão está me lembrando muito aqueles novelões de Dias Gomes (1922-1999), de Aguinaldo Silva. Tem esse universo tão brasileiro, tão rico, que dá tanto prazer para nós, atores que o representamos, quanto para o espectador”, disse ele, na ocasião.
“Já entrei outras vezes nesse universo sertanejo e nordestino com pitadas de comédia. O que mais me encanta é algo recorrente nessas novelas, não só nas da Globo: criar uma cidade fictícia, em um estado geográfico que não existe, e trazer a realidade tão pequena daquela cidadezinha para um âmbito universal”, contou o veterano. Na trama escrita por Mario Teixeira, Zé de Abreu faz parceria com Débora Bloch, que dá vida à sua esposa. Ele também falou sobre a pegada de humor da novela que substituiu Além da Ilusão (2022) no horário. “Essa novela tem sempre um humor permeando a relação entre os personagens, o que torna a novela muito leve. Não faço humor desde Avenida Brasil (2012) aqui na Globo. Há muito tempo que só fazia novelas sérias”, completou.