O cantor e compositor Erasmo Carlos morreu nesta terça-feira (22), aos 81 anos, no Rio de Janeiro. No começo do mês, o artista comemorou a alta médica de um hospital na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital fluminense, mas voltou a ser internado na noite desta segunda (21). Na primeira internação, o músico realizou exames para tratar uma síndrome edemigênica, doença caracterizada pelo excesso de líquido preso nos tecidos do corpo e pode ter diferentes causas, como o mal funcionamento dos rins, fígado ou coração. A causa da morte não foi divulgada.
A informação sobre a morte de Erasmo Carlos foi publicada pelo portal Gshow, da Globo, que foi confirmada por uma fonte ligada a família do cantor. Nas redes sociais, o diretor de televisão J.B. Oliveira, o Boninho, lamentou a morte do multi-instrumentista. “Meu adeus ao querido Tremendão. Erasmo leva seu sorriso e o rock para o céu! Saudades”, escreveu o chefão do Big Brother Brasil em uma publicação com uma foto do cantor.
Segundo o colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles, a mulher de Erasmo Carlos, Fernanda, estava ao lado do também ator na hora da morte. O artista foi um dos pioneiros do rock brasileiro. Ele tornou-se um dos parceiros mais importantes de Roberto Carlos, resultando na composição de mais de duzentas músicas de sucesso. O músico, que se chamava Erasmo Esteves, nasceu no bairro da Tijuca, na zona norte do Rio, em 5 de junho de 1941. Criado pala mãe, só conheceu o pai quando estava com 23 anos de idade.
Erasmo Carlos se envolveu com a música quando era muito jovem. Colega de Tim Maia (1942-1998), ele conheceu o apresentador e apresentador Carlos Imperial (1935-1992) quando foi convidado para lhe auxiliar em seus trabalhos. Nessa época, Erasmo e Roberto já se conheciam e saiam juntos. Imperial já era empresário de Roberto e relatou que certa vez o cantor faltou a um show. Erasmo o surpreendeu e por quinze dias substituiu Roberto nas apresentações musicais.
Em 1958, após o fim da banda The Sputniks, do músico Arlênio Lívio (1942-2003), Erasmo foi convidado para integrar um novo grupo vocal formado por Arlênio e outros músicos. Antes chamado The Boys Of Rock, por sugestão de Imperial, depois denominado The Snakes. O grupo, então, passou a acompanhar Tim Maia e Roberto em apresentações de diversos programas de televisão. Em 1960, o conjunto musical gravou seu primeiro disco, um compacto simples com as músicas Para Sempre e Namorando, de Carlos Imperial. No mesmo ano, lançou um compacto duplo.
Erasmo Carlos fez parte do programa Jovem Guarda, da Record, entre os anos de 1965 e 1968, que na época era apresentado por Roberto Carlos e que também contava com participação de Wanderléa. O título do programa ajudou a consolidar um movimento musical que mesclava comportamento e moda e que introduziu e consolidou o rock no Brasil. Alguns artistas da geração Jovem Guarda continuam com suas carreiras até os dias de hoje. O primeiro sucesso de Erasmo foi a música Festa de Arromba, do primeiro disco do cantor lançado em 1965.
Durante sua carreira, o músico lançou inúmeros sucessos, como Vem Quente Que Eu Estou Fervendo (1967), Sentado à Beira do Caminho (1980), Pega na Mentira (1981), Mulher (Sexo Frágil) (1981), Mesmo que Seja Eu (1982), É Preciso Saber Viver, (1996), Pra Falar de Amor (2001), Mais Um Na Multidão (2001) e Amiga de Minha Mulher (2011). Em dezembro de 2019, Erasmo lançou o long play Quem Foi Que Disse Que Eu Não Faço Samba, com canções do gênero, compostas ao longo de sua carreira. Em 2020, trabalhou como ator na Netflix como protagonista no longa-metragem Modo Avião, juntamente com a atriz Larissa Manoela.