O YouTube decidiu suspender, por iniciativa própria, a monetização dos canais do grupo de mídia Jovem Pan em sua plataforma. De acordo com o site de vídeos do Google, aconteceram “repetidas violações” das políticas de combate à desinformação, principalmente por causa do programa Os Pingos nos Is. Não houve pedido da Justiça referente os conteúdos da empresa comandada por Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha.
Em comunicado, o YouTube disse que “o canal Os Pingos nos Is incorreu em repetidas violações das nossas políticas contra desinformação em eleições e nossas diretrizes de conteúdo adequado para publicidade, incluindo as relacionadas a questões polêmicas e eventos sensíveis, atos perigosos ou nocivos, além de outras políticas de monetização. Desta forma, suspendemos a monetização do respectivo canal e dos outros que integram a rede Jovem Pan no YouTube, de acordo com nossas regras”.
Apesar de ser um veículo com presença em diversas plataformas, além do rádio e televisão, a Jovem Pan tem o YouTube como uma importante fonte de receita. Em 2021, o conglomerado faturou R$ 20 milhões apenas com monetização de vídeos no site do Google. A alta no faturamento por meio do Programa de Parcerias do YouTube fez com que a empresa batesse recorde de arrecadação, aumentando o lucro em 20% e ultrapassando a marca de R$ 100 milhões de faturamento, o maior de toda sua história.
Durante o período das eleições, a Jovem Pan foi investigada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por suposto tratamento privilegiado para a candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL). A apuração foi aberta a pedido da campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Recentemente, foram demitidos da empresa de mídia diversos nomes ligados ao bolsonarismo, entre eles Augusto Nunes, Caio Coppolla, Guilherme Fiuza e Carla Cecato, ex-âncora da Record que apresentou os programas eleitorais de Bolsonaro na propaganda eleitoral.