Cesar Calejon, jornalista dispensado da Jovem Pan após se envolver em uma briga com Rodrigo Constantino, ironizou a demissão de ex-colegas do grupo de comunicação. Nas redes sociais, o escritor afirmou que os comentaristas “perderam a dignidade” ao apoiar o “golpismo bolsonarista”. “Constantino, Zoe, Figueiredo, Marco Antonio e cia decidiram se alinhar ao golpismo bolsonarista. Perderam tudo, mas, principalmente, a dignidade. E para isso não tem remédio”, disse ele em uma plataforma de mensagens curtas.
Nos últimos dias, após ser alvo de inquérito do Ministério Público Federal (MPF) por divulgar notícias falsas sobre o funcionamento das instituições brasileiras e incitar atos antidemocráticos, a Jovem Pan decidiu demitir comentaristas alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para tentar se livrar de problemas com a Justiça, o grupo de mídia dispensou alguns contratados que já estavam afastados desde a semana passada. Além de Constantino, deixaram a empresa nomes como Zoe Martinez, Paulo Figueiredo Filho, Marco Antonio Costa, Fernão Lara Mesquita e Coronel Gerson Gomes.
Cesar Calejon deixou o canal de notícias Jovem Pan News em novembro do ano passado, após se envolver em uma briga ao vivo com Rodrigo Constantino. Na ocasião, ele disse nas redes sociais que não sabia o motivo da demissão, mas acreditava que a confusão havia motivado o afastamento. “Não estarei hoje no quadro Opinião ou em qualquer outro programa da emissora. Eu acabo de ser informado que a diretoria se reuniu e adotou essa resolução. Não tenho detalhes, mas creio guardar relação com o meu embate com o Rodrigo Constantino”, afirmou, na época.
Jovem Pan demite bolsonaristas
As últimas demissões na Jovem Pan foram feitas com o objetivo de “renovar o quadro de comentaristas e jornalistas na bancada dos principais programas jornalísticos”, segundo informou o site especializado Tudo Rádio. Outros profissionais que já passaram pela empresa devem ser integrados à equipe e serão anunciados pela rede nos próximos dias. A saída de jornalistas e comentaristas alinhados com o bolsonarismo foi tomada pelo Conselho do grupo Jovem Pan ao tomar conhecimento da apuração do Ministério Público de que a rede disseminaria fake news e incentivaria atos extremistas contra instituições brasileiras.
Em 9 de janeiro, dia seguinte aos atos golpistas que vandalizaram prédios públicos em Brasília, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, foi afastado do canal de notícias e da presidência do grupo por causa da abordagem adotada pela companhia na cobertura dos ataques terroristas. A emissora de televisão e os outros veículos do Grupo Jovem Pan passaram a ser gerenciados por Roberto Araújo, que acumulará a presidência da empresa com o cargo de CEO, posto em que está desde 2014.
Oficialmente, a Jovem Pan declarou que Tutinha renunciou à presidência do grupo e permanecerá apenas como acionista do conglomerado. Segundo a apuração do TV Pop, a história nos bastidores é de que o comunicador foi afastado do cargo por seu pai, o empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta. A cobertura dos ataques golpistas teria sido a gota d’água para que ele afastasse o filho. Além de ter feito entradas ao vivo na TV, uma repórter da Jovem Pan estava entre o grupo de terroristas que invadiram os três Poderes da República em 8 de janeiro.