O treinador Guto Ferreira, atual comandante do Goiás Esporte Clube, foi vitima de gordofobia por parte do comentarista Lucas Nogueira, da TV Brasil Central (TBC). Durante a transmissão feita pela emissora do clássico contra o Atlético-GO, o jornalista decidiu ridicularizar a característica física do técnico. “Gente, nós temos um microfone aqui que se chama lapela. No Guto não dá pra colocar lapela nele, não. Não tem pescoço, não tem uma divisória aqui (aponta abaixo do queixo). Precisa cuidar disso”, afirmou.
Os comentários do jornalista viraram motivo de piada durante a atração, com Thaís Freitas, apresentadora da jornada esportiva do canal, achando graça do bullying sofrido pelo treinador, além de outro comentarista, Jean Lopes, questionando se Guto estaria “comendo muita pamonha”. Após o vídeo se espalhar pela internet, o técnico decidiu se pronunciar sobre as ofensas que recebeu. “A atitude da equipe ‘Brasil Central’, na pessoa do Lucas, foi lamentável e perigosa. Pra mim, não tem problema nenhum. Sou um cara ‘cabeça feita’”, pontuou.
“Mas ele tem de ter responsabilidade com o que fala”, desabafou o treinador, com semblante triste. “O ‘Brasil Central’ atinge muitos e muitos espectadores no estado e no Brasil“, completou. Ele ainda lembrou sobre as consequências que o bullying pode causar em uma criança. “São crianças que estão vendo e achando graça. Endossando amanhã fazer esse mesmo tipo de situação que se chama bullying entre eles. Eu tenho cabeça para suportar tamanha humilhação. Será que um garoto tem? Todo mundo sabe o que o bullying provoca”, finalizou.
Após a repercussão negativa de suas falals, Lucas Nogueira usou as redes sociais para se desculpar com o treinador. “Peço desculpas à torcida esmeraldina e principalmente ao técnico Guto Ferreira pelo comentário infeliz que realizei na transmissão. Sei que errei. Fiz um comentário que soou preconceituoso. Mas, neste momento, estou aqui pra pedir desculpas a todos vocês… Prometo que isso não irá se repetir”, disse ele, que foi afastado do trabalho na TV Brasil Central.
Por meio de nota oficial, o Goiás Esporte Clube repudiou os ataques sofridos pelo seu comandante. “É inadmissível que, em pleno 2023, ainda aconteçam casos como esse, de pessoas aprovando e achando graça de ofensas preconceituosas em relação à condição física de seu semelhante. O respeito é fundamental e deve nortear todas as relações. O preconceito, de qualquer natureza, é inconcebível, inaceitável e não será tolerado por nós”, afirmou o clube.
