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TODO DIA A MESMA NOITE

Associação de vítimas da Kiss nega interesse em processar a Netflix por nova série

Foto elenco de Todo Dia a Mesma Noite
Associação de vítimas da Boate Kiss não cogitar processar a Netflix (foto: Reprodução/Netflix)

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A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria divulgou uma nota para a imprensa, em que afirma que todos os integrantes do órgão estavam cientes da produção ficcional da Netflix, que conta a história da tragédia do incêndio na Boate Kiss, que deixou 242 mortos. A minissérie intitulada Todo Dia a Mesma Noite estreou em 25 de janeiro e é baseada no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex.

Na nota, a associação afirma que “sente-se representada por ela, bem como pelo livro da autora”, além de pontuar que a “produção não retrata de forma individual os 242 jovens assassinados, mas [se trata] sim um recorte das quatro famílias de pais que foram processados”. O comunicado foi publicado nas redes sociais após um grupo de pais e moradores da cidade afirmarem que não concordam com o uso da história para fins lucrativos e que não foram informados sobre a produção pela Netflix.

A associação ainda destaca que não pretende mover nenhuma ação judicial contra as produções — o Globoplay também fez uma produção documental sobre a tragédia da Kiss. “Todos familiares de vítimas e sobreviventes retratados por personagens da obra estavam cientes e em concordância. Além disso, reiteramos que não estamos movendo nenhum processo contra as produções, nem pretendemos, por acreditarmos na potência das produções na luta por justiça e a luta por memória”, destacou o comunicado.

“É preciso falar, debater, produzir materiais sobre o que aconteceu naquela trágica noite de 27 de janeiro de 2013, pois só assim conseguiremos que as pessoas entendam o que a ganância, a negligência e a omissão são capazes de fazer”, completa a nota assinada por Gabriel Rovadoschi Barros, presidente da associação. Daniela Arbex, autora do livro, repostou a publicação nas redes sociais e afirmou que “não falar sobre o que aconteceu não poupa os familiares de sofrimento”, acrescentando que “o silenciamento só interessa aos réus e a impunidade”.

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