Os jornalistas que trabalham no Balanço Geral Manhã não estão nada felizes com o retorno de Geraldo Luís para o telejornal a partir do dia 7. Para a maior parte da equipe do programa, a nova troca de comando do matinal é apenas mais uma decisão tomada sem critério lógico, e que só irá servir para expor o projeto ao ridículo. Poucos acreditam que o novo velho apresentador será capaz de subir os índices do jornalístico.
Nos bastidores da Record, os profissionais tem se dividido em três correntes. Um dos grupos correu para tentar conseguir remanejamento para outros telejornais, em contraste direto com outra parte dos funcionários, que decidiram ver o circo pegar fogo. Para eles, é melhor ficar em um projeto que demanda pouco (ou nenhum) esforço além de acordar cedo do que ir para outra produção, sob o risco de cobranças da chefia — na emissora, há competitividade entre as próprias atrações, e o Balanço Geral Manhã é um dos poucos que ainda não foi afetado pela rivalidade interna da rede.
O último, e mais numeroso, grupo deixaria Fabíola Reipert com inveja. Não são poucos os casos de apostas de quanto tempo Geraldo Luís aguentará trabalhar na madrugada. O bolão, apesar de ser maldoso, faz sentido. O jornalista tem diversos problemas de saúde: é diabético, tem pressão alta e é cardíaco operado. A nova rotina imposta pela emissora passa longe de ser recomendável para alguém com um quadro clínico tão delicado.
Para apresentar o Balanço Geral Manhã às 6h, ele terá que sair de sua casa no mínimo duas horas antes do início do telejornal. O percurso entre a residência do apresentador, em Alphaville, e a sede da emissora, na Barra Funda, dura 40 minutos em dias normais. Quando chegar aos estúdios da Record, terá que se maquiar e se inteirar dos temas que serão abordados nas edições do dia. Além disso, é plausível acreditar que o jornalista deve se alimentar e tomar banho antes de finalmente sair para o trabalho. Ou seja: ele deverá acordar, de segunda a sexta-feira, por volta das 2h30 da madrugada, em um cenário otimista.
O TV Pop apurou que Geraldo Luís foi obrigado a aceitar o telejornal matinal para continuar como funcionário da emissora. Como um prêmio de consolação, ele terá uma segunda temporada de A Noite é Nossa no próximo ano, mas conciliará o projeto do horário nobre com o Balanço Geral. Foi a forma encontrada pelos executivos para que o retorno não soasse como um rebaixamento tão escancarado, afinal de contas, ele irá reassumir um posto que deixou há quase nove anos.
Além dos dois projetos, Geraldo contará com mais uma “deferência” da cúpula da Record. Ele estará na escala de apresentadores da edição vespertina do Balanço Geral aos sábados, dia em que alguns estados optam por exibir a versão paulistana do telejornal ao invés de produzir conteúdos locais. O privilégio, porém, não deixa de representar ainda mais trabalho para alguém que só frequentava os estúdios uma vez por semana na maior parte do tempo desde 2014 — ele também teve um breve retorno para o telejornal do meio-dia em 2019, após Reinaldo Gottino ir para a CNN Brasil.