Série de suspense com Cássia Kis no elenco, Desalma foi cancelada pela Globo. A plataforma de streaming Globoplay decidiu que não vai produzir a terceira temporada da história, que já estava confirmada, mesmo com todos os episódios já escritos pela autora Ana Paula Maia. A autora também teve outro projeto cancelado na empresa: Fronteira Seca. A roteirista apresentou uma nova sinopse para outro projeto e aguarda aprovação da direção.
A primeira temporada de Desalma entrou no catálogo do Globoplay em 2020. No ano seguinte, o drama sobrenatural foi exibido pela Globo na semana de Halloween na sessão Corujão Mistério. Já a segunda temporada de Desalma, ainda inédita na TV aberta, estreou no streaming em abril de 2022. Além de Kis, no elenco principal estão os atores Anna Melo, Cláudia Abreu, Maria Ribeiro, Nikolas Antunes, Bruce Gomlevsky, Ismael Caneppele, Camila Botelho, Giovanni de Lorenzi, Nathália Falcão, Isabel Teixeira, Gabriel Muglia, João Pedro Azevedo, Juliah Mello, Sabrina Greve e Rafael Sieg.
A história é ambientada na fictícia Brígida, no interior do sul do Brasil, em duas épocas. Nos anos 80, a população da pequena cidade se reúne para comemorar a Ivana Kupala, considerada a noite mais escura do ano. Mas a jovem Halyna (Anna Melo), filha da feiticeira Haia (Cássia Kis), some em meio à floresta e seu corpo aparece dias depois. Com a cidade traumatizada pela tragédia, a celebração é banida do calendário festivo do município.
Aleksey Skavronski (Nicolas Vargas), apaixonado por Halyna, não se conformava com o amor que a jovem sentia por Roman (Eduardo Borelli/Nikolas Antunes). Roman é charmoso, desejado por muitas meninas da escola. Mas Halyna era a única moça com quem ele se relacionava, além dos amigos de escola Bóris (Lucas Soares/Ismael Caneppele) e Ivan Burko (Giovanni Gallo/Bruce Gomlevsky), Natasha (Bela Leindecker) e Anele (Giovanna Figueiredo/Isabel Teixeira).
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O romance entre o casal não durou muito, acendendo em Aleksey uma chama de esperança. Com o coração partido, Halyna não tinha olhos para mais ninguém e as investidas de Aleskey se tornaram cada vez mais invasivas e perturbadoras, inclusive no dia de sua morte. Com o assassinato de Halyna, os amigos se dividem. Roman decide deixar a cidade, Ivan e Anele se casam e a vida de Ignes (Valetina Ghiorzi/Claudia Abreu) passa por uma forte transformação. Além de perder a amiga de forma trágica, seu irmão Aleksey é acusado e preso pelo crime. Cumpre pena por alguns anos até conseguir a liberdade condicional, mas morre dias depois de sair da prisão. Deprimida, Ignes se casa com Bóris e com ele tem Anatoli (João Pedro Azevedo).
A história tem uma passagem de tempo de trinta anos desde a morte de Halyna. Os moradores decidem, então, que está na hora de devolver a alegria à cidade e deixar para trás os traumas do passado. Haia comemora o fim do ciclo de 365 luas cheias que iluminaram o céu nebuloso desde a morte de sua filha e, finalmente, coloca em prática um feitiço há muito tempo esperado por ela. O inverno está próximo e o vento frio já sopra entre as árvores da enorme floresta de pinhos. A quilômetros de Brígida, o corpo de um homem aparece às margens de uma cachoeira. É Roman Skavronski (Eduardo Borelli/Nikolas Antunes), que havia deixado a cidade pouco tempo depois da tragédia. A morte repentina do marido transforma a vida de Giovana (Maria Ribeiro) e ela decide se mudar de São Paulo para Brígida com as duas filhas do casal, Melissa (Camila Botelho) e Emily (Juliah Mello).
Na antiga casa azul feita de madeira, Ignes (Claudia Abreu), prima de Roman, deixa tudo arrumado para a chegada das novas moradoras. Giovana traz certa leveza para a vida de Ignes e as duas se tornam cúmplices. Mas dois meses após a morte de Roman, acontecimentos enigmáticos passam a assustar a população, principalmente as duas amigas. Enquanto Ivan (Giovanni Gallo/Bruce Gomlevsky) tenta decifrar o sumiço de porcos de seu matadouro, o pequeno Anatoli começa a apresentar um comportamento fora do comum.
Em momentos de transe, o menino passa a sentir a presença de Roman. Até o dócil Veludo, seu cavalo de estimação, deixa de reconhecer Anatoli e se torna arisco em sua presença. Com a mesma idade que ele, Emily, ainda sem entender muito bem a morte do pai, também parece ser assombrada, e começa a ser atraída para a densa e enorme floresta que contorna Brígida. Nebulosa, sombria e fria, a floresta de árvores altas é o ponto de encontro principal dos jovens da cidade. Já era assim nos anos 80. Não à toa, foi nela onde Halyna desapareceu. E é lá onde a tão aguardada Ivana Kupala está prestes a acontecer 30 anos depois.
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Conhecida por suas lendas, a mitologia eslava sempre esteve presente na comunidade, que mantém vivas a tradição e cultura da Ucrânia. Diante da natureza esplêndida da floresta de pinhos, as histórias de deuses, bruxas e espíritos dos antepassados fazem parte dos encontros ao redor da fogueira há décadas. Melissa, filha mais velha de Giovana e Roman, é cética e não acredita nas histórias. Aos poucos, ela descobre o passado revelador do pai e vai à casa de Haia em busca de respostas no tarô. Quem acompanha a jovem é Iryna (Nathalia Falcão). Ela e seu irmão gêmeo Maksym (Giovanni de Lorenzi) estudam com a jovem. Os dois são filhos de Ivan e Anele (Giovanna Figueiredo/Isabel Teixeira), amigos de Halyna, Roman e Ignes na adolescência.
Além do trio formado por Melissa, Iryna e Maksym, a ruiva Oksana (Nathália Garcia) e o jovem Iuri (Lucas Lentini) também fazem parte do grupo de amigos e colecionam lendas sobre a solitária Haia. De longos cabelos brancos e com uma aparência sofrida, a bruxa da cidade perdeu a filha pouco tempo depois de ficar viúva. Ela atribui a morte do marido à família Skavronski, para quem o homem trabalhava no dia que faleceu. Atualmente, Haia recebe um cliente ou outro em busca de magia ou informação nas cartas de tarô. Mantém contato regular somente com o sobrinho, Pavlo (Gabriel Muglia). Policial de Brígida, ele visita a tia com frequência e, apesar da proximidade que tem com ela, não sabe dos feitiços e do segredo guardado a sete chaves no porão de sua casa.
Cassia Kis causa revolta por falas preconceituosas
Cassia Kis foi alvo de críticas e causou revolta nas redes sociais após dar uma entrevista para a jornalista Leda Nagle em outubro de 2022. Na conversa, a atriz da novela das 21h escrita por Gloria Perez soltou declarações homofóbicas, como se apenas casais héteros pudessem ter filhos. “Não existe mais homem e mulher, mas mulher com mulher e homem com homem, e homem com homem não dá filho, nem mulher com mulher. Como a gente vai fazer?”, disse ela. A atriz chegou a ser denunciada por atores, atrizes, diretores, roteiristas e produtores que trabalham na Globo.
Nos anos 1980, a atriz optou por interromper uma gravidez e se arrependeu. Desde então, ela tem se posicionado contra o tema e luta contra a legalização no Brasil. No país, a gravidez pode ser interrompida até os três meses de gestação ou em qualquer período nos casos de estupro e risco de morte da mãe. “Ouvi falar que lá na Europa, que é tudo legalizado e espero que nos mantenhamos longe disso, eles fazem a mãe escutar o coração do bebê. Se tivesse ouvido o coração do meu filho na barriga, teria tido este filho que não tive. Eu matei o meu filho”, disse.
Kis também comentou sobre formação de família e lamentou os lares com filho único ou sem herdeiros. Além disso, a atriz de Travessia disparou desserviço contra métodos contraceptivos ao citar o caso de amigos de um dos filhos dela. “Ficam encantados, evidente. Trata-se de uma vida, a gente pari Deus”, continuou. “Para esses jovens, fazer um aborto, tomar uma pílula do dia seguinte, um anticoncepcional é muito fácil, porque eles não têm a referência do bebê, da vida dentro da barriga. Isso é grave, muito grave”, afirmou.
Na mesma entrevista, Cassia Kis também soltou uma das fake news mais usadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos. “Essa ideologia de gênero já está na escola. Eu recebo imagens inacreditáveis de crianças se beijando. Duas meninas se beijando dentro de uma escola, onde há um espaço chamado ‘beijódromo’. O que está por trás? Destruir a família!”, comentou, na ocasião. No ano passado, após as eleições, que certificaram a vitória de Lula, a atriz ainda marcou presença em diversos atos golpistas que contestavam o resultado do pleito.
Cássia Kis teria alegado que está desempregada para evitar uma indenização maior em uma ação movida pelo Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT. A associação pede R$ 250 mil sobre o discurso de cunho homofóbico. De acordo com o grupo, as declarações foram discriminatórias. A defesa da atriz afirmou que as falas não foram preconceituosas em relação as “famílias homoafetivas” e pontuou que a artista “é apenas uma cristã que acredita nos conceitos e dogmas da religião católica”. Logo depois, a defesa de Cássia Kis pede que o valor da indenização seja reduzido “pelo fato da ré ser uma pessoa física e por estar desempregada no momento”, se houver uma condenação.