O apresentador Jô Soares (1938-2022) determinou em testamento que parte da sua herança será dividida para quatro funcionários que trabalharam em sua casa. No documento, o comunicador estipulou que 10% dos bens fossem divididos entre Antonio Roberto Colossi (3,6%); Marlucy de Oliveira Costa (3,2%); Marycleidy de Oliveira Costa (1,6%) e Sebastião Kassen Moreira dos Santos (1,6%). A maior parte, equivalente a 80%, ficará com Flavia Maria Junqueira Pedras Soares, sua ex-mulher, e os outros 10% com Claudia Colossi, amiga do ex-contratado da Globo.
De acordo com informações do jornalista Ives Ferro, de um site parceiro do UOL, Flavia Pedras também ficou com o apartamento duplex em que Jô morava. O imóvel já havia sido transferido para o nome dela em 2017. Ela recebeu objetos de grande valor, como joias, relógios, canetas, quadros e instrumentos de estúdio. O diretor e roteirista ainda determinou que uma biblioteca com mais de 5 mil livros deverá ser doada para uma instituição a ser definida por Flavia. A pedido do jornalista, a ex-mulher foi nomeada como curadora dos bens. A fortuna de Jô Soares inclui contas bancárias no exterior.
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Jô Soares morreu aos 84 anos em agosto de 2022. A designer gráfica e o dramaturgo foram casados durante quinze anos e, não raramente, ela era citada por ele no Programa do Jô (2000-2016), seu programa de entrevistas nas madrugadas da Globo. A amizade entre os dois continuou mesmo com o fim do relacionamento, em 1998. Em 2018, Jô chegou a dizer que a separação deles “não deu certo” porque eles permaneciam sempre juntos mesmo após o término da união. Sempre amparada pela amizade que construíram juntos, a dupla esteve unida até mesmo nos últimos momentos de vida do apresentador. Foi ela quem anunciou a morte do humorista nas redes sociais.
“Os últimos momentos dele foram um deslumbramento. O estado de afiada consciência e a inesperada completa perda do medo de morrer foram de uma beleza sem fim. Agora, por exemplo, estou aos prantos ao me lembrar das nossas últimas horas”, lamentou Flávia Pedras em entrevista. Ela também contou que ele estava muito aflito com o momento político pelo qual o Brasil passava nos últimos meses antes da sua partida, com a ascensão da extrema-direita, o saudosismo da ditadura e o risco à democracia. Jô não deixou herdeiros e era filho único. Ele alterou seu testamento um mês antes de morrer e o documento foi registrado em cartório. Na última cláusula, ele manifestou o desejo de ser cremado e que suas cinzas fosse entregues a ex-companheira.