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DEBANDADA

Jovem Pan tem prejuízo de R$ 830 mil por apoiar ex-presidente Jair Bolsonaro

Imagem com foto do apresentador Vitor Brown, do programa Os Pingos nos Is
Vitor Brown, apresentador do programa Os Pingos nos Is; Jovem Pan tem prejuízo após ter apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro (foto: Reprodução/Jovem Pan)

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A Jovem Pan tem enfrentado consequências pelo apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos. Além de ser alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) por divulgar notícias falsas e incentivar atos extremistas contra instituições brasileiras, o grupo de mídia teve prejuízo de R$ 837.747,28 após perder dois contratos publicitários em apenas um mês. De acordo com informações divulgadas pelo Intercept Brasil, em janeiro deste ano executivos da emissora lamentaram em troca de e-mails a perda frequente de anunciantes.

Os documentos obtidos pela publicação fazem parte de um processo que a empresa de comunicação abriu no Tribunal de Justiça de São Paulo contra o Sleeping Giants Brasil, movimento que incentiva empresas privadas deixem de anunciar em veículos que propaguem discursos de ódio. O grupo criado em 2020 é responsável pela campanha Desmonetiza Jovem Pan, que tem pressionado patrocinadores do grupo de mídia a cancelarem seus contratos. Nos últimos meses, pelo menos duas montadoras de automóveis decidiram romper com a rede que era comandada por Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tutinha.

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Em um dos e-mails, uma supervisora de mídia responsável pelo atendimento da conta da Toyota no Brasil solicitou a suspensão dos comerciais que já estavam contratados para a Jovem Pan. O grupo de mídia deixou de faturar R$ 109.113,28 em valores líquidos com o rompimento do acordo. A funcionária justificou que uma norma interna da companhia proíbe a vinculação da marca a “qualquer veículo que esteja relacionado a escândalos, sejam eles de ordem políticas, discriminação, entre outros”. Outros e-mails anexados no processo mostram o cancelamento de publicidade da Caoa Chery no valor de R$ 728.634,00 para exibição de quatro anúncios.

Esper Chacur, diretor jurídico da Jovem Pan, encaminhou o e-mail aos advogados da emissora. “Vejam o tamanho do dano. Fiquem à vontade para usarem estas informações”, disse o executivo. A defesa do canal de notícias no processo contra o Sleeping Giants Brasil afirma que a empresa de mídia é vítima de perseguição e acharque do movimento. A rede pede ainda a remoção imediata de todo conteúdo da campanha #DesmonetizaJovemPan, além de que a Justiça proíba atos que impactem nas finanças da empresa. O grupo já cobrou explicações de outros anunciantes da Jovem Pan, como Banco Safra, Bradesco, Boticário e Americanas. Os advogados anexaram prints das publicidades que seriam veiculadas na emissora e pediram multa de R$ 20 mil por dia caso a decisão seja descumprida.

Segundo o Intercept Brasil, o Tribunal de Justiça de São Paulo não acatou a liminar proposta pela Jovem Pan em primeira instância para conseguir impedir a campanha do Sleeping Giants Brasil. Por causa disso, o canal de notícias entrou com um pedido de recurso pela suspensão imediata do movimento, mas novamente foi negado pela Justiça. Recentemente, o movimento notificou o Google extrajudicialmente para que a monetização dos canais da Jovem Pan fosse interrompida. Em investigação interna, o YouTube constatou com o conglomerado divulga mentiras e notícias imprecisas em atrações como o programa Os Pingos nos Is. O grupo também pediu que à Justiça que o Google guarde mais de 2 mil vídeos da Jovem Pan na plataforma de vídeos. A Jovem Pan não comentou a reportagem do Intercept Brasil.

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