Joana da Paz, uma alagoana de 97 anos, morreu em Salvador, na Bahia. A idosa, mais conhecida como Dona Vitória, foi protagonista de uma das maiores histórias do telejornalismo nos anos 2000, quando um dos jornais da Globo revelou que a mulher comprou uma câmera para filmar a rotina do tráfico no Rio de Janeiro, diretamente da própria janela. As gravações culminaram na prisão de 30 pessoas entre traficantes e policiais. A história dela virou um filme, protagonizado por Fernanda Montenegro, que estreará no início do próximo ano.
A identidade da mulher foi preservada por 17 anos por viver no programa de proteção a testemunhas. A história chegou nas mãos do repórter Fábio Gusmão com 22 fitas e 33 horas de imagens. As gravações ocorreram entre 2003 e 2005. O jornalista fez com que todo o material fosse entregue para o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, que determinou uma apuração rigorosa.
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A história será contada no filme Vitória, estrelado por Fernanda Montenegro e previsto para estrear em 2024. O longa-metragem é uma produção original do Globoplay com a Conspiração. O repórter relatou como conseguiu o furo de reportagem. “Me deparei com a história de Joana da Paz em março de 2004, ao passar pela Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil (Cinpol) do Estado do Rio de Janeiro, onde buscava alguma notícia exclusiva para publicar na edição de domingo do jornal”, escreveu ele ao Extra, do Grupo Globo.
“Essa é uma história de idas e vindas, com a vida mostrando para nós que tudo tem o tempo certo de acontecer. Foram meses de negociação com Marina Maggessi — morta em 2017 — até conseguir ser apresentado a Joana. A policial queria investigar os criminosos. (…) a polícia passou a investigar o conteúdo das imagens e as usou para convencer a Justiça a conceder autorização judicial para monitorar os celulares dos traficantes da Ladeira dos Tabajaras”, relatou Fábio Gusmão sobre o período da apuração.