Bella Campos, que ficou nacionalmente conhecida após viver a personagem Muda, em Pantanal, revelou que ainda sofre racismo. Em entrevista ao jornal Extra, a atriz, que namora o cantor MC Cabelinho, desabafou sobre ver algumas discussões na internet sobre ela ser branca ou preta. “Eu vejo uma galera na internet discutindo se sou preta ou branca, mas, enquanto isso, continuam me confundindo com vendedora de shopping”, lamentou a artista, que está em cartaz em Vai na Fé.
Ela conta que começou a ter consciência racial após ler sobre o assunto. “No Sul, eu me entendi como uma pessoa preta em meio a uma maioria de brancos. Comecei a ter consciência racial, a ler sobre isso, me empoderar. A gente sabe que, infelizmente, vive numa sociedade extremamente racista, cheia de problemas, mas não se deixa mais ser silenciada nem afetada. Isso não impede que sigamos o nosso caminho, lutemos e mostremos a nossa voz”, explicou.
“Não guardo isso em mim, não é mais um lugar que eu queira acessar. Não me define, eu sou muito mais. Vejo uma galera na internet discutindo se sou preta ou branca, mas, enquanto isso, continuam me confundindo com vendedora de shopping, como se isso fosse um demérito”, completou ela, acrescentando que sofreu racismo enquanto fazia compras. “Outro dia, eu estava experimentando uma roupa e uma mulher perguntou se eu trabalhava ali. É esse tipo de coisa que a gente ainda passa. Ridículo”, contou.
Bella Campos ainda desabafou e acredita que a internet se tornou um lugar tóxico. “Considero a internet um lugar extremamente tóxico. A minha vida é muito mais do que o formato da minha barriga, das minhas pernas ou da minha bunda. Sou feliz com o corpo que tenho porque é o único que eu tenho”, desabafou a atriz, ainda afirmando que não se importa sobre os comentários envolvendo o seu corpo.
“Se um dia eu quiser passar por alguma intervenção estética, eu vou fazer. Porque a gente tem que ser livre pra viver todas as nossas vontades e desejos. Mas, neste momento, não. Embora a pressão continue nas redes sociais. As pessoas cobram tudo de todo mundo o tempo todo”, destacou. “Isso nunca vai acabar. Projetam os seus ideais na gente, porque somos figuras públicas. Colocam pra fora as suas próprias frustrações. Corpo ideal é uma construção social”, completou a artista de Vai na Fé.