Afastada dos folhetins desde Éramos Seis (2019), Susana Vieira voltará ao ar como Cândida em Terra e Paixão, próxima novela das 21h. Em entrevista, a veterana refletiu sobre a nova política da Globo, que nos últimos anos tem acabado com contratos a longo prazo com atores para cortar gastos da folha de pagamento. “Não tenho medo disso, não. Tenho 80 anos de idade, 50 de Globo. Se eu começar a ter medo agora, vou ficar triste e deprimida, não vou querer fazer nada. E eu ainda tenho muita coisa pra fazer. Então, se alguém aqui não me quiser, deve ter algum lugar que queira. E ainda tenho uma família inteira que mora em Miami, na Flórida, que está me esperando de braços abertos. Só tenho alegria na minha frente”, afirma.
O período longe das novelas foi o maior da carreira da atriz, provocado pela crise sanitária do vírus da infecção respiratória. A artista ressaltou seu amor que tem pelo gênero. “Desde que entrei na Globo, em 1970, sempre declarei que adoro novela, adoro fazer e adoro ver. Leva um país inteiro a esperar o dia seguinte para saber um grande segredo. Faz parte do divertimento do povo brasileiro. Se sinto a mesma empolgação? É óbvio. Para mim, aquilo é vida: estar em cena fazendo um papel que não sou eu, contracenando com os melhores amigos que tenho. E, mesmo que sejam inimigos, são ótimos atores”, diz em conversa com a coluna de Patricia Kogut, em O Globo.
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Susana Vieira foi escalada para a novela de Walcyr Carrasco no lugar de Fernanda Montenegro. Na trama, ela viverá Cândida, dona de um bar que esconde um segredo de Irene, que será interpretada por Gloria Pires. Ela comparou as novelas de antigamente com as atuais e fez críticas: “Há uma diferença grande entre os textos, que eram muito mais trabalhados e elaborados. As cenas eram mais longas e os atores, mais compenetrados. Você se interessava pela história. Hoje em dia é uma correria em cada capítulo. Se você sair um minuto da sala, já vai ser outra história. Daqui a pouco aquele ator que estava de maiô na praia já está dentro de uma boate”, dispara.
“Tem muito movimento nas novelas hoje em dia, sem necessidade. Mas, se os tempos mandam e demandam isso, vamos fazer o quê? Estou respondendo como uma atriz telespectadora, e não como uma atriz. Sou telespectadora, ouço as pessoas falando. Tem muito movimento, muito cenário, muito elenco, muita piscina, muito barco. Tem que ter tudo. Quando termina o capítulo, você está exausto”, complementa. No elenco de A Sucessora (1978), que será reprisada pelo Viva a partir de 27 de março, ela diz que gosta de acompanhar reprises das novelas. “Seria uma pessoa muito bobinha se não gostasse de acompanhar as reprises, as minhas e as dos outros. O canal Viva é uma escola para os atores novos e um deleite para os antigos. São verdadeiras aulas de interpretação, obras-primas de texto”, elogia.
