A Jovem Pan teve pedido rejeitado no Tribunal de Justiça de São Paulo para retirar do ar a campanha de desmonetização da emissora, que foi criada em novembro de 2022 pela organização de ativistas digitais Sleeping Giants Brasil. O movimento acusa o grupo de mídia de divulgar “conteúdos desinformativos em relação à integridade do sistema eleitoral brasileiro com potencial para incitar atos antidemocráticos”, de dar espaço a discursos negacionistas sobre a vacina contra o vírus da crise sanitária e incentivar o uso de remédios sem eficácia cientificamente comprovada.
Por meio da campanha, o Sleeping Giants Brasil cobra diretamente dos anunciantes da Jovem Pan se os conteúdos produzidos pela emissora estão alinhados com seus valores, princípios e interesses comerciais. Na ação aberta na Justiça, o canal de notícias diz ser vítima de “perseguição e difamação” e que a atuação da organização de ativistas digitais é uma forma de censura e mordaça financeira que tem como objetivo provocar o seu fechamento. O grupo de mídia afirma ainda que a “nefasta campanha” tem gerado problemas financeiros, afastando potenciais anunciantes e criando problemas na relação com as atuais empresas patrocinadoras.
Leia mais: Jovem Pan tem prejuízo de R$ 830 mil por apoiar ex-presidente Jair Bolsonaro
Leia mais: Elenco de Mar do Sertão comenta cena final inspirada em posse de Lula
De acordo com informações adiantadas pela coluna de Rogério Gentile, no UOL, a Jovem Pan se define no processo como um ambiente democrático, “onde frequentemente se veem divergências entre os seus comentaristas”. A defesa da companhia disse ainda que a campanha de desmonetização da emissora tem como objetivo calar vozes dissonantes, buscando, “sob um falso manto de viés progressista, impor seus padrões e ideias à coletividade”. Conforme publicado pelo TV Pop, a Jovem Pan alega que teve prejuízo de R$ 837.747,28 após perder dois contratos publicitários em apenas um mês.
Em janeiro deste ano, executivos da emissora lamentaram em troca de e-mails a perda frequente de anunciantes. Em uma das mensagens, uma supervisora de mídia responsável pelo atendimento da conta da Toyota no Brasil solicitou a suspensão dos comerciais que já estavam contratados para a Jovem Pan. O grupo de mídia deixou de faturar R$ 109.113,28 em valores líquidos com o rompimento do acordo. A funcionária justificou que uma norma interna da companhia proíbe a vinculação da marca a “qualquer veículo que esteja relacionado a escândalos, sejam eles de ordem políticas, discriminação, entre outros”. Outros e-mails anexados no processo mostram o cancelamento de publicidade da Caoa Chery no valor de R$ 728.634,00 para exibição de quatro anúncios.