Exatamente uma semana depois de cortar profissionais como Fábio William e Giuliana Morrone, a Globo voltou a desligar nomes experientes do seu telejornalismo no Distrito Federal: a equipe que atua na capital do país acordou com uma visita surpresa de Ricardo Villela, diretor-executivo do setor, que costuma mandar ordens diretamente do Rio de Janeiro. Nas suas primeiras horas trabalhando em Brasília, o executivo surpreendeu os profissionais da emissora com o anúncio da demissão de Giovana Teles, uma das mais antigas setoristas de política da líder de audiência.
O que você precisa saber
- Uma semana depois de demitir nomes como Fábio William e Giuliana Morrone, a Globo voltou a fazer cortes em Brasília;
- A emissora desligou a repórter Giovana Teles, que atuava no canal há 29 anos;
- Outras demissões devem acontecer nas próximas horas;
- Há a possibilidade de que o comando do jornalismo do Distrito Federal seja transferido para o Rio de Janeiro.
Como já virou habitual nos cortes promovidos pela Globo, o anúncio caiu como uma bomba entre os colegas de trabalho da jornalista. Ela voltou de férias há apenas três dias e dava expediente na emissora desde 1994, inicialmente como repórter da TV Verdes Mares, afiliada do canal no Ceará. Oito anos depois, ganhou uma oportunidade de atuar na Globo Brasília, inicialmente para fazer reportagens comunitárias para os telejornais locais da capital. Giovana se destacou rapidamente e chegou a apresentar o DFTV em folgas e férias dos apresentadores titulares.
Profissional experiente, assim como a maior parte dos nomes demitidos pela Globo nos últimos dias, Giovana Teles era uma das mais importantes repórteres do Distrito Federal. Ela esteve em coberturas marcantes do telejornal, como o acidente do voo 447 da Air France, em 2009, e a CPI do Mensalão, em 2012, em que a jornalista foi escolhida para entrar ao vivo na programação da líder de audiência em um Plantão anunciando o nome dos condenados.
“Foi uma responsabilidade enorme e um esforço de apuração gigantesco das praças de Brasília, São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Segundos antes de entrar no ar, me deixaram totalmente livre. Confiaram no meu trabalho, apesar de ter sido tumultuado como foi, sabiam que ia dar certo”, pontuou em depoimento ao Memória Globo. No mesmo ano, ela ainda foi responsável por dar a também a notícia da cassação do mandato do senador Demóstenes Torres, por conta de sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Além da demissão de Giovana Teles, Ricardo Villela alertou aos funcionários que outros cortes devem acontecer ainda hoje. Nos bastidores, comenta-se que há a possibilidade de que o mesmo modelo adotado em Belo Horizonte e Recife seja determinado na capital, com a extinção do cargo de diretor regional de Jornalismo. No entanto, diferententemente do que aconteceu com Jô Mazzarolo e Marcelo Moreira, Luiz Fernando Ávila seria mantido no comando da praça, mas atuando diretamente do Rio de Janeiro.
Procurada pela reportagem do TV Pop, a Central Globo de Comunicação enviou a seguinte nota sobre a saída de Giovana Teles:
A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução, mas lamenta quando se despede de profissionais que ajudaram a escrever e a contar a sua história. Isso, no entanto, faz parte da dinâmica de qualquer empresa. Os resultados da Globo refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento.