Protagonista de Vai na Fé, Samuel de Assis falou sobre o papel na novela da Globo. O ator contou que esperou a vida inteira pelo momento de conquistar um personagem de destaque em uma trama. O artista relatou que a trama de Rosane Svartman tem 70% do elenco negro.
O que você precisa saber
- Samuel de Assis festejou o avanço da representatividade negra em Vai na Fé, que tem 70% de seu elenco composto por negros;
- “Foi um processo muito doido. Estava esperando a resposta da novela, fiquei felicíssimo, me senti realizado”, revelou o ator;
- Ele acredita que a oportunidade no folhetim é a realização de uma vida inteira e que é o resultado da “luta de muita gente”.
O ator destacou que o convite para a novela da Globo aconteceu enquanto ele esperava por outros projetos. “Foi um processo muito doido, porque demorou uns dias. Eu tinha outras séries para fazer, tinha contratos no meu e-mail para enviar a assinatura e estava esperando sair a resposta da novela. Até que saiu. Eu fiquei felicíssimo, me senti realizado. Tenho a sensação de que eu trabalhei esses 20 anos para eclodir nesse momento. Acho que me preparei uma vida inteira para assumir esse lugar, que é muito difícil e importante”, contou ele em conversa com a Caras.
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“Representa muito, não só para mim, mas para muita gente que vem atrás, que vem na sequência, que vem comigo. Eu sou o resultado de uma luta de muita gente e sou uma luta de muita gente que está vindo. Então, é de uma importância sem tamanho. Essa novela tem uma sucessão de revoluções que são importantíssimas. A gente demorou muito tempo para ver personagens negros que não fossem marginalizados”, disse.
Samuel de Assis destacou que o papel tem muita importância na dramaturgia pela conquista de um novo momento. “Vai Na Fé é a primeira novela com 70% do elenco negro, que não é uma novela de escravo, que os protagonistas pretos não são personagens marginalizados. É um advogado rico, uma vendedora de quentinha, uma estudante. São pessoas normais, como a gente sempre quis ser representado, como a gente é de verdade. Eu nunca me achei um cara bonito, mas acho que isso também vem dessa falta de representatividade que nós, pessoas pretas, temos de não nos vermos em lugar nenhum”, relatou.