A audiência da Globo está ficando mais velha e mais pobre, indica levantamento divulgado recentemente. Nos últimos sete anos, a plateia da emissora perdeu metade da participação de público de quatro a 24 anos. Ao mesmo tempo, houve aumento daqueles com mais de 60 anos e com menos dinheiro. Sem programação infantil desde 2015, o canal ficará sem público a longo prazo, já que não há renovação de telespectadores e a nova geração não tem o hábito de assistir aos seus programas.
O que você precisa saber
- O público da Globo está mais velho e pobre, de acordo com dados da Kantar Ibope Media;
- A líder de audência perdeu metade de sua audiência entre os jovens em menos de uma década;
- Perdendo território para o streaming, a emissora passou a conquistar um público cada vez mais humilde;
- Até mesmo a classe C, que representa a maior parte da população brasileira, passou a abandonar o canal.
Os dados também apontam que o consumo de plataformas como Netflix e YouTube em televisores conectados aumentam a cada ano e já é maior do que o ibope de Record e do SBT somados. De acordo com levantamento de um site parceiro do UOL, a situação da Globo, no entanto, é mais grave porque a emissora não investe em programas infantis, que foram extintos da grade em 2015.
Em 2017, a audiência da rede entre pessoas de 4 a 11 anos era de 4,2 pontos na média diária (7h/24h) do PNT (Painel Nacional de Televisão). Já em 2022, o índice da Globo entre crianças desabou para 2,6. No acumulado deste ano, entre janeiro e março, a audiência é de 2,2 pontos. Os números são semelhantes nas faixas de 12 a 17 anos e de 18 a 24 anos. O movimento entre os dois públicos foi de 4,8 pontos em 2016 para 2,4 em 2023. O canal vem perdendo cerca de 1 ponto a cada três meses nessa parte da população.
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Cada ponto na audiência nacional da Kantar Ibope Media representa 717 mil pessoas. Ainda de acordo com a publicação, o ibope da Globo se manteve estável entre pessoas de 25 a 34 anos e de 35 a 49 anos, mas também tem sofrido queda ano a ano. Com o público mais velho, entre 50 e 59 anos, a Globo tinha 9,7 pontos em 2017. Em 2022 terminou com 9,1. A plateia chegou a subir com pessoas com mais de 60 anos, de 10,8 pontos em 2016 para 12,1 em 2020. Agora está em 11,2 pontos de média.
Só tem pobre vendo a Globo
Os telespectadores da Globo também estão perdendo poder de consumo. A participação entre os mais ricos, das classes A e B, era de 6,8 pontos na audiência nacional em 2017. Caiu para 5,5 em 2022 e, no acumulado de 2023, o índice está em 4,9 pontos. A classe C, que corresponde a mais da metade da população brasileira, também não quer saber de ver a programação da Globo. O ibope da C1 baixou de 7,2 pontos em 2018 para 6,0 no ano passado. A situação foi diferente entre os menos favorecidos, das classes D e E. Nesse segmento, a audiência era de 8,3 pontos em 2016, atingiu 9,5 em 2020 e caiu para 8,5 em 2022. No acumulado até março deste ano está em 7,9.
Com a audiência derretendo com o passar dos anos, a Globo perdeu um a cada três telespectadores neste século. Na audiência média diária no Painel Nacional de Televisão, na faixa das 7h até meia-noite, o ibope da emissora caiu de 17 pontos em 2017 para 14,3 em 2022. A debandada se explica com o crescimento das plataformas de vídeos em televisores com internet. Em 2020, quando começou a ser aferido pela Kantar, o streaming correspondia a 6,0 pontos no ibope nacional. Em 2021 saltou para 7,6 e, no ano passado, registrava 8,4. Até março estava em 9,1 pontos. O Globoplay, plataforma de streaming da Globo, está incluído nesse índice, mas não há dados separados com sua audiência detalhada.