A Globo foi proibida pela Justiça de exibir um programa do Linha Direta que falaria sobre o assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos, em 2021. A defesa de Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que censura o canal líder de transmitir o conteúdo que estava programado para ir ao ar nesta quinta (17). O ex-vereador é acusado de ter matado a criança, e a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada como cúmplice.
De acordo com informações adiantadas pela coluna de Patrícia Kogut, de O Globo, a liminar foi concedida pela própria juíza responsável pelo caso, Elizabeth Machado Louro. No documento, a magistrada alega que “o processo ainda pende de julgamento e a exibição em canal aberto e por emissora de grande alcance não parece servir aos propósitos informativos que possam ser alegados”. Em outro trecho da decisão, a meritíssima diz que “o réu deverá ser julgado por um corpo de juízes leigos e tal exposição poderá colocar em risco a imparcialidade dos julgadores”.
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O pedido foi feito pela advogada Flávia Fróes, que faz parte da defesa do ex-vereador Jairinho. Segundo a publicação, o caso não está em segredo de Justiça e as audiências são transmitidas em tempo real pelo canal do Tribunal de Justiça do Rio na internet. O julgamento ainda não tem data para acontecer. O programa comandado por Pedro Bial ouviu todos os advogados envolvidos, inclusive Cláudio Dalledone, que também defende Jairinho, e o promotor Fábio Vieira. Procurada, a Comunicação da Globo diz que “não comenta questões em discussão na Justiça”.
A decisão de proibir a exibição do Linha Direta sobre o caso Henry Borel é vista nos bastidores da Globo como censura prévia, o que é proibido pela Constituição de 1988 e já foi considerado como inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A atração também entrevistou o pai de Henry Borel, Leniel Borel. Em uma plataforma de fotos, ele falou sobre o interesse do programa sobre o caso. “É muito difícil, como pai, ter que lutar todo dia para provar o óbvio. Gratidão eterna à imprensa brasileira, que nos ajuda pedindo justiça na proporção da brutalidade, da monstruosidade que aqueles dois cometeram”, escreveu ele.