José Luiz Datena, do Brasil Urgente, foi criticado por telespectadores que assistiam ao programa policial na tarde desta sexta-feira (18) na Band. Nas redes sociais, internautas acusaram o apresentador de colocar em risco a vida do repórter Felipe Garraffa, que trabalha na cobertura das buscas pelo serial killer Lázaro Barbosa, na região do Entorno de Brasília. Em alguns momentos do policialesco, Datena pedia que o jornalista acompanhasse a viatura da polícia para não perder nenhuma imagem de uma possível prisão do suposto criminoso.
Os jornalistas da Band que trabalham na cobertura do caso no interior de Goiás permaneceram no meio da mata mesmo com o anoitecer, enfrentando possíveis perigos em estradas escuras da zona rural. “Sério mesmo, esse repórter da Band no meio do mato tá um nível de falta de noção muito grande, viu”, comentou um perfil no Twitter. “A polícia com a luz desligada e o repórter da Band com um sol [iluminação dos equipamentos] aceso. Sempre ajudando o trabalho da polícia…”, observou um telespectador. “Repórter da Band se arriscando bastante na cobertura sobre o caso do Lázaro Barbosa”, contou mais um. “O Datena quer que o repórter ande dentro do mato”, afirmou outro.
O programa apresentado por Datena chegou a informar que o suposto criminoso mantinha uma família refém e estava cercado pelas forças policiais, mas até o momento a informação não foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás. Por conta da abordagem sensacionalista do Brasil Urgente, um telespectador da Band chegou a duvidar da veracidade do caso. “Datena mandando a repórter entrar na chácara onde, segundo o próprio, o tal Lázaro mantém uma família refém. Ou é irresponsabilidade demais ou esse caso é uma suposta fraude pra render audiência”, escreveu Murillo Silva.
Nesta sexta-feira (18), as buscas por Lázaro Barbosa, de 32 anos, entraram no 10º dia no Entorno do Distrito Federal. Ele é suspeito de matar um homem de 48 anos e os dois filhos, um jovem de 21 anos e um adolescente de 15, que foram encontrados com marcas de tiros e facadas no dia 9 de junho em Ceilândia. Ele tem deixado rastros de destruição em Cocalzinho de Goiás, onde está escondido em matas e rios, de acordo com a polícia. O criminoso invadiu pelo menos 11 propriedades, fez 4 pessoas reféns (todos resgatados) e trocou tiros por pelo menos 4 vezes com policiais e um caseiro de uma das fazendas.
De acordo com informações do G1 Goiás, o mapa das cidades que Lázaro Barbosa percorre para se esconder da polícia mostra que ele andou por cerca de 70km a pé pelas matas do estado, e em algumas ocasiões com carros roubados de moradores, os quais abandonou pelo caminho ao avistar policiais. “Ele é da região [Entorno do DF] e é mateiro, acostumado a se ‘emburacar’ em vários pontos”, explicou Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás.