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INSATISFEITA

Cecília Flesch expõe bastidores da GloboNews e reclama da emissora: “Tá um saco”

Foto da jornalista Cecília Flesch, apresentadora da GloboNews
Cecília Flesch expôs bastidores da GloboNews e disse que o canal está "um saco" (foto: Reprodução/GloboNews)

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Apresentadora do Em Ponto há quase um ano, Cecília Flesch não está feliz no telejornal que abre a programação da GloboNews. Mais do que isso: a jornalista considera que o principal canal de notícias do país está “um saco” por priorizar as editorias de política e economia, e admite que sequer presta atenção na maioria das reportagens transmitidas pelo seu próprio noticioso. Em uma entrevista reveladora, ela afirma que tem o hábito de fazer entrevistas ao vivo com políticos enquanto brinca de montar quadrados em um joguinho de celular e diz chamar a rede de RivoNews.

O que você precisa saber

  • Titular do Em Ponto, Cecília Flesch não está feliz com seu telejornal e com a GloboNews;
  • Em uma entrevista reveladora, a jornalista foi categórica ao dizer que não queria o matinal, mas que precisava de uma rotina;
  • Ela afirma ter o hábito de não prestar atenção em reportagens policiais, mas admite que elas alavancam o ibope do jornalístico;
  • Além disso, ela admite ficar jogando em seu celular enquanto entrevista políticos relevantes para o cenário nacional;
  • A GloboNews tá um saco… só tem política e economia, economia e política, política e economia”, detonou a apresentadora.

O apelido pejorativo dado ao canal pela âncora de seu telejornal matinal é uma referência direta ao famoso remédio Rivotril, utilizado para o tratamento de transtornos do pânico e de ansiedade. Durante sua participação no podcast É Nóia Minha?, conduzido pela escritora Camila Fremder, Cecília dá a entender que faz uso do medicamento para conseguir fugir da rotina. “A gente chama de RivoNews. Não tem como fugir da realidade. E como a gente foge da realidade? Se medicando”, sentenciou a jornalista, que aproveitou para se queixar da sisudez de seus colegas de trabalho.

Acostumada com o ambiente mais informal da Redação do Rio de Janeiro, cidade em que atuou durante quase duas décadas, a apresentadora reclamou de sua mudança de hábito e entregou que os profissionais de sua nova cidade trabalham de maneira mais formal — o Em Ponto é gerado dos estúdios da Globo em São Paulo. “Redação é um núcleo louco. Eu sou do Rio, foram 17 anos em uma Redação que a cada cinco palavras, três eram palavrões. Todo mundo gritava, todo mundo falava, caos. Em São Paulo as pessoas são muito mais sérias”, lamentou.

Ela, além disso, deixou claro que o telejornal das 6h da manhã não lhe faz feliz: a comunicadora afirma que estava cansada de não ter uma rotina por ser convocada para substituir apresentadores nos mais diversos horários, e que por isso decidiu pedir aos seus chefes um espaço fixo. “Quando eu pedi pelo amor de Deus, eles falaram: ‘agora vou te dar uma rotina, você vai começar a acordar às 3h da manhã’. Eu virei para o meu chefe e falei: ‘não é o que eu quero, mas é o que eu preciso'”, relembrou Cecília Flesch, que também reclamou dos métodos para o telejornal dar ibope.

“Eu sou jornalista, tenho que beber álcool. Durante o jornal eu leio a cabeça, ‘fulano matou ciclano’, e não presto atenção na reportagem. A audiência sobe quando tem crime, o mundo é mórbido. Violência dá audiência”, desabafou a apresentadora. Apesar de infeliz com os conteúdos policiais no Em Ponto, Cecília também não se mostra aberta aos assuntos mais amenos, como entrevistas com políticos: ela admite brincar com um jogo chamado TwoDots enquanto entrevista políticos, como Renan Calheiros, e justifica que isso é uma forma de prestar mais atenção no que é dito.

Ela é categórica: “se vocês já me viram fazendo uma pergunta no jornal, eu estava jogando TwoDots dois segundos antes”. “Eu faço entrevistas ao vivo jogando TwoDots. Eu tô ali entrevistando o Renan Calheiros e fazendo quadrados, entendeu? Se eu só presto atenção nele, vou começar a prestar atenção no olho, sobrancelha, no trejeito. Se eu estiver só ouvindo, vou prestar mais atenção. São três horas de jornal… das 7h30 em diante é assim que eu funciono”, revelou a apresentadora, que também expôs que sua editora-chefe já a impediu de ir ao banheiro por conta da audiência.

“Dependendo de como foi o meu dia anterior, eu chego na TV sem fome, que começa a bater na hora do jornal. Eu, com o estômago vazio, vou lá e tomo café. Já aconteceu de uma chefe ser bem maneira comigo e falar ‘não posso entrar com um comercial, a audiência vai despencar’ e eu ficar suando frio no ar”, revelou Cecília Flesch. Por fim, a jornalista decidiu dar um conselho sincero para Carol Martins, ex-apresentadora que revelou ter vontade de voltar para a televisão e que também participou do episódio de É Nóia Minha?, e fez duras críticas ao editorial da GloboNews.

“Televisão? Não faz isso não, meu amor! Existe um negócio chamado internet. [A GloboNews] Tá um saco, a GloboNews só tem política e economia, economia e política, política e economia… O que eu consigo fazer de entretenimento na GloboNews? A previsão do tempo. É o meu momento no jornal. Menos quando a gente tem que falar de desgraça, mas quando aconteceu a desgraça, graças a Deus eu estava de férias”, disparou. A desgraça em questão foi a tragédia em Juquehy, no interior de SP, que fez Roberto Kovalick interromper sua folga para virar repórter de campo.

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