Bárbara Aires, consultora de gênero e diversidade, acusou Mara Maravilha de tentar fazer a “cura gay” na plateia na época em que a famosa era apresentadora do programa A Noite é Nossa (2002-2004). A influenciadora trans fez a revelação após Leão Lobo relatar episódios de transfobia contra Mamma Bruschetta nos bastidores do Fofocalizando, do SBT. Após a notícia repercutir nas redes sociais, a blogueira detalhou como era o comportamento da cantora gospel na extinta atração musical que era exibida nas noites de sábado da Record.
O que você precisa saber
- Bárbara Aires acusou Mara Maravilha de tentar fazer a “cura gay” na plateia na época em que a famosa era apresentadora da Record;
- A blogueira detalhou como era o comportamento da cantora gospel na extinta atração musical A Noite é Nossa, que era exibida nas noites de sábado;
- O desabafo foi feito após Leão Lobo revelar suposto comportamento transfóbico da artista contra Mamma Bruschetta nos bastidores do SBT.
“É muito triste a Mara Maravilha, uma apresentadora infantil e que fazia sucesso nos anos 90, com o passar dos anos virou uma cantora gospel e mudando de carreira tinha um público LGBT muito forte como fãs. Já naquela época, ela demonstrava uma LGBTfobia”, disse Bárbara Aires em conversa com o colunista Adriel Marques, do site Em Off. “Eu sei porque quando eu morava em São Paulo, em Carapicuíba, um dos meus vizinhos era um rapaz e muito fã dela”, relembrou ela para a publicação.
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“O Leão Lobo vir agora em público e declarar que ela [Mara Maravilha] não respeitava a identidade de gênero da Mamma, é só mais uma farsa dessa LGBTfobia. E que fica muito mais escancarada contra as pessoas trans, porque a gente transcende e transgride as regras impostas do gênero. A gente sai dessa norma dita padrão e incomoda muito as pessoas cisgêneras evangélicas e/ou conservadoras, que acreditam se você nasce com pênis é um menino/homem para o resto da vida”, comentou ela sobre a ex-apresentadora do Fofocalizando.
“Se você nasce com vagina é menina/mulher para o resto da vida. Essas pessoas não aceitam que gênero é uma construção social e não aceitam que você externalize esse seu gênero e viva socialmente de acordo com ele, se expresse dessa forma. É muito triste! Mara Maravilha ter essas atitudes e hoje a gente tomar esse conhecimento, só mostra o quanto é importante e o quanto faz falta uma lei que de fato criminalize e puna os crimes de transfobia”, disse ainda a influenciadora.
De acordo com Bárbara, que hoje trabalha na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o episódio envolvendo Mara Maravilha teria acontecido nos estúdios da Record no bairro da Barra Funda, em São Paulo. “Cheguei a ir ao programa que ela teve na Record [A Noite é Nossa]. Na época gospel e ela ficava o tempo todo assediando as pessoas LGBT, tentando fazer cura gay [na plateia], falando para pessoas se converterem e que aquilo era pecado. Ali já ficava explícito que ela tinha uma questão de LGBTfobia e eu mesma tive uma situação com ela”, afirmou.
Bárbara Aires foi bloqueada por Mara Maravilha
Ainda segundo a secretária da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), também citou outro episódio de atrito com Mara Maravilha. “Na época das eleições, ela fez um vídeo com arma e defendendo o [Jair Messias] Bolsonaro. Eu comentei no vídeo, falando que era muito triste e uma pena que ela tinha se tornado isso. Ela me bloqueou e eu sou bloqueada pela Mara”, lamentou Bárbara Aires. Segundo Leão Lobo, Mara tinha o hábito de chamar Mamma de “Luizão” – o nome de registro dela é Luiz Henrique.