Erick Brêtas, diretor de Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo, explicou como pretende conquistar atores que não querem mais trabalhar em novelas por causa do tempo de compromisso que as produções diárias exigem. Em entrevista concedida ao colunista Lucas Pasin, do UOL Splash, o chefão do Globoplay revelou que pode oferecer trabalhos alternados para que os talentos fiquem à vontade para escolher atuar em produtos mais curtos, como as séries, ou nos tradicionais folhetins.
O que você precisa saber
- Erick Brêtas explicou como pretende conquistar atores que não querem mais trabalhar em novelas;
- Por causa do longo período de produções dos folhetins, alguns artistas querem atuar apenas em produtos curtos, como as séries;
- Ele explica que, sempre que possível, vai oferecer aos talentos da companhia a oportunidade de atuar em alternância de formatos.
“Ouço algo de vários talentos. Não é nenhum desinteresse deles por novelas, mas sim, o que eles dizem é sobre o compromisso emocional imenso que uma novela demanda. Você fica um ano lá investindo. Quando termina, eles querem algo mais curto. Sinto essa vontade deles em alternarem uma novela com uma ou duas séries. Por isso, sempre que possível, vamos oferecer aos nossos talentos essa oportunidade. Aqueles que gostam de fazer novelas, mas querem alternância de formato, terão essa chance. Sempre que viável isso será feito”, disse ele.
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O diretor também falou sobre a mudança de estratégia do Globoplay, que abandonou o formato binge watching – quando todo os episódios de uma produção inédita original são liberados de uma vez, por exemplo. “É intencional da nossa parte encadear conteúdos. O fato de não soltarmos todos os episódios de uma novela ou série de uma vez também tem esse objetivo. Nem todos que assistem séries, veem as novelas. Nem todos que assistem produtos de ficção, vão ver os documentários. Por isso lançamos obras para diferentes interesses. A ideia é diversificar as ofertas para aumentar as chances do que interessa para o público”, pontuou.
Erick Brêtas reforçou que produtos licenciados têm feito muito sucesso no streaming da emissora líder. “Produção original é a nossa vida, né? Mas temos também os conteúdos licenciados que têm um consumo muito bom. As novelas turcas, por exemplo, estão em uma fase incrível. Temos orçamento para sustentar a produção de conteúdo original muito interessante. Cada mês, ou a cada 45 dias, teremos uma nova produção original para ser lançada. Serão documentários, séries e, de vez em quando, grandes lançamentos, que são as novelas. Ano que vem teremos a novela Guerreiros do Sol. Vamos sustentar esse planejamento. Nossa vida será sempre ter coisas novas para adicionar ao nosso catálogo”, disse ele.
Teresa Penna, diretora do Globoplay e Produtos Digitais Audiovisuais, disse em entrevista ao jornal O Globo em julho do ano passado, que percebeu uma desaceleração do público no consumo de produções no formato de maratona. “As pessoas estão optando por consumir de forma mais flexível, como uma degustação. A espera gera curiosidade e expectativa sobre a trama, além de reduzir os spoilers e fazer com que o conteúdo esteja em evidência por mais tempo não só nas redes sociais, mas também na mídia e até nas rodas de conversa”, explicou ela citando Sob Pressão, série de sucesso do streaming da Globo que na quinta temporada teve dois episódios liberados às quintas-feiras.