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AMAURI SOARES

Chefão da Globo nega censura em novela: “Não é assim que a gente trabalha”

Imagem com foto do diretor Amauri Soares, que assumiu o comando dos Estúdios Globo
Amauri Soares, chefão da Globo; executivo negou que tenha censurado beijos de Vai na Fé (foto: Camila Cara/EF Studio)

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Amauri Soares, diretor da TV Globo, Estúdios Globo e Afiliadas, negou que tenha vetado os beijos de Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) na novela Vai na Fé. Em entrevista, o chefão do conglomerado de mídia, que substituiu Ricardo Waddington em 1º de junho, disse que “não há nenhum tema que não possa ser abordado e alguns temas devem ser tratados a fim de que possamos vencer preconceitos”. “Eu acho que aconteceu dos muros da TV para fora. Eu estou aqui faz um mês, não baixei nenhuma medida de caráter editorial, artístico, de proibição de assunto. Nunca baixei e jamais baixarei, não é assim que a gente trabalha”, afirmou.

O que você precisa saber

  • Amauri Soares, que acumula a direção da TV Globo, Estúdios Globo e Afiliadas, diz que não censurou beijo em Vai na Fé;
  • O chefão do conglomerado de mídia afirma que não baixou “nenhuma medida de caráter editorial, artístico, de proibição de assunto”;
  • O executivo também comentou que a saída conturbada de Marcius Melhem afetou o núcleo de humor, que foi recriado junto com o gênero de auditório.

“Abordar temas sensíveis e complexos da sociedade exige preparo e, sobretudo, diversidade de visões. Veja o exemplo do Big Brother. Nas últimas temporadas, os temas sensíveis da sociedade estiveram muito presentes. Racismo, preconceito de gênero, relacionamentos abusivos, preconceito religioso. E todos os temas foram tratados de forma transparente, didática até”, explicou Soares ao colunista Guilherme Ravache, do Valor Econômico. “O preparo para lidar com estes temas vem de investimento em diversidade, no diálogo, em uma escuta aberta e sensível, em capacitação”, continuou.

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“Isso é andar com a sociedade e refletir na tela as principais questões sociais do nosso tempo continuam sendo objetivos da dramaturgia da Globo. Não há nenhum tema que não possa ser abordado e alguns temas devem ser tratados a fim de que possamos vencer preconceitos. Abordar os temas de forma adequada faz parte da nossa missão como comunicadores”, afirmou o executivo. Uma das primeiras decisões de Amauri Soares foi retomar o departamento de humor, que foi paralisado desde a saída conturbada de Marcius Melhem após acusação de assédio sexual. Também partiu dele a determinação da Direção de Gênero Auditório.

“Criamos o núcleo de humor. A Globo, historicamente, teve produção de humor. A gente é capaz de contar a história da Globo aqui nesses anos todos falando dos produtos de humor ano a ano, por 60 anos. Chico Anysio, Jô Soares, Planeta dos Homens, Sai de Baixo, Toma Lá Dá Cá, Chico City, Escolinha do Professor Raimundo, Zorra Total… A história da televisão é marcada por isso. Nós não tínhamos uma direção de gênero de humor. A gente tinha um núcleo de humor dentro do gênero de dramaturgia. Era o Silvio de Abreu o diretor de gênero e o Marcius Melhem estava lá”, explicou.

Saída de Marcius Melhem afetou o núcleo de humor

O executivo admitiu que a saída de Melhem afetou o departamento. “Houve todo esse episódio envolvendo o gênero de humor e eu não posso negar a você que esse episódio gerou uma interrupção, um gap no nosso pipeline de sugestões e desenvolvimento de projetos. E perdemos um tempo precioso no andamento desses projetos. Como eu acho que o humor é superimportante para o nosso mix, para a grade da TV Globo, para o Globoplay, e é um gênero muito importante para compor nossas entregas, eu convidei a Patricia Pedro. A gente criou o gênero humor para que ela seja esta pessoa que vai restabelecer o pipeline e ter projetos e propostas de projetos de humor em todas as frentes, todos os fóruns, para todas as plataformas”, comentou.

“O briefing da área de humor é ser uma área agnóstica, que trabalha com qualquer gênero de humor, com qualquer subgênero, com qualquer narrativa. Com talentos de dentro da Globo, de fora da Globo, com o mercado, da web. De R$ 5 mil o episódio a R$ 5 milhões, queremos considerar todo tipo de humor. Dramaturgia ou não, estúdio ou não, externa ou não. Do Gshow ao horário nobre da Globo, passando por Multishow, Globoplay, GNT, redes sociais… É uma área para estruturar tudo. Um grande hub de projetos. Todos os criadores já estão convidados a participar”, prosseguiu o chefão da Globo.

O núcleo do gênero auditório

A direção do Gênero Auditório será de Monica Almeida, que começou na Globo em 1995. Ela vai contribuir com Luciano Huck e Hélio Vargas, no Domingão com Huck; com Marcos Mion e Geninho Simonetti, no Caldeirão com Mion; e com Serginho Groisman e Adriano Ricco, no Altas Horas. Os três programas passam a formar o portfólio do Gênero Auditório. “O gênero auditório é histórico, é do DNA da televisão, faz parte da identidade da televisão em qualquer lugar do mundo. O gênero de auditório é muito versátil, se reinventa facilmente. Se propõe a conteúdos desde o mais simples e popular, o mais complexo e sofisticado, com diferentes orçamentos. Aqui nos estúdios a gente vivia uma fragmentação. Havia um programa de auditório respondendo ao gênero ‘realities’, outro ao variedades…”, disse Amauri.

“Na minha visão, essa fragmentação gerava falta de representação do gênero nos nossos processos internos. Quando a gente sentava para pensar em novos projetos, quando recebia novas encomendas dos nossos clientes internos, a gente tinha dificuldade de trazer projetos de auditório porque não havia uma estrutura, não havia uma esteira, um processo para gerar essas ideias como sempre houve para dramaturgia, para variedades, para ‘realities’. Agora os três programas de linha da TV Globo, Domingão com Huck, Caldeirão com Mion e Altas Horas, fazem parte de um hub, numa só diretoria de gênero, sob a direção da Mônica Almeida. Cada programa desses três tem sua identidade, tem seu ciclo de criação, de planejamento, de programação, de orçamento. Esses três programas juntos fazem parte, agora, do Hub de Criação, para olhar para o futuro sobre o gênero e pensar em novos projetos”, concluiu o chefão da Globo.

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