Miguel Falabella, que foi demitido pela Globo em 2020 depois de 39 anos de contrato, abriu o jogo e falou sobre a época em que trabalhou na emissora. Em entrevista ao colunista Lucas Pasin, do Splash, o autor contou que sempre teve liberdade dentro da emissora quando apresentava algum projeto de série, mas que o mesmo não acontecia com as suas novelas. “Elas não eram muito bem vistas.”, declarou.
“Nunca fui preso a nada. Escrevi Pé na Cova, Toma Lá Dá Cá, fiz o que eu quis. Sou um privilegiado porque tive Roberto Talma [diretor da Globo, morto em 2015] na minha vida. Ele dizia: ‘Faz’. Eu falava: ‘Vou fazer uma funerária, no Irajá, com uma mulher alcoólatra maquiadora de defunto, a filha é puta e namora um sapatão mecânico. Os vizinhos são esquizofrênicos, e ele dizia ‘Faz!’. Para seriados eu sempre tive liberdade de criação”, lembrou.
Porém, o mesmo não acontecia quando ele decidia mostrar propostas de tramas de folhetins. “Novela é outra coisa. Lá você é obrigado a realmente atender ao desejo do público. É o que banca o salário de todo mundo, tem que atender o público”, destacou o autor de tramas como Salsa e Merengue, A Lua Me Disse, Negócio da China e Aquele Beijo. Por fim, Miguel Falabella abriu o jogo e afirmou que suas obras dentro da emissora estavam de castigo e so agora vão entrar no streaming.
Miguel Falabella diz não querer ficar aprisionado
“As minhas novelas vão entrar no streaming agora. Elas não eram muito bem vistas. Outro dia soube que A Lua Me Disse vai entrar no Globoplay e vi algumas pessoas celebrando. Ela estava bem lá de castigo antes”, contou o ator, dizendo que não se permite aprisionar em um lugar comum.
“Não me permito a me aprisionar. Se está me enchendo muito o saco, vou brincar de outra coisa. Essa coisa lúdica da criança eu nunca perdi. [Na Globo] Ficava aqueles homens todos vociferando, e eu não estava nem aí”, completou o artista, que está no elenco de Novela, em que estrela a produção do Prime Video ao lado de Monica Iozzi.