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PASSANDO A SACOLINHA

SBT, RedeTV! e Record querem cobrar por sinal em operadoras pequenas

Imagem com foto de Silvio Santos, dono do SBT, durante votação nas eleições 2022
Silvio Santos durante votação nas eleições 2022; Simba Content quer cobrar por sinal do SBT, RedeTV! e Record em operadoras pequenas (foto: Francisco Cepeda/AgNews)

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SBT, RedeTV! e Record estão em uma briga com as operadoras de TV por assinatura da Associação Neo, entidade que reúne operadores independentes e regionais com objetivo de conseguir melhores condições de negociações comerciais para a distribuição de canais no mercado. As emissoras abertas, que se juntaram na criação da Simba Content em 2016, planejam cobrar pelo carregamento dos sinais lineares nos pacotes de TV paga dessas companhias de pequeno porte. As grandes operadoras, como Claro e Sky, já pagam pelo sinal.

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Atualmente, os sinais desses canais abertos são cedidos gratuitamente para as companhias por ordem do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que na ocasião aprovou a criação da Simba Content para negociação conjunta de conteúdo audiovisual. Na época, a autarquia federal autorizou o funcionamento da join venture por seis anos e determinou que os sinais com a programação dessas emissoras fossem carregados gratuitamente em pequenas operadoras de TV por assinatura.

De acordo com o site especializado Tele Síntese, a Simba pediu neste ano a prorrogação do período para além dos seis anos do funcionamento da empresa e espera que a autorização aconteça sem maiores intercorrências. A Superintendência-Geral do Cade, então, acatou o pedido da companhia das emissoras, o que foi alvo de recurso da Neo. Segundo a associação de pequenos operadores, a renovação da Simba sem condicionantes será danosa para esses distribuidores de TV por assinatura.

SBT, RedeTV! e Record querem passar a sacolinha

Em 27 de junho, a Simba Content enviou documento ao Cade em que rebate os argumentos da Associação Neo. A join venture de SBT, RedeTV! e Record alega que tem não possui poder de mercado e que sua criação não mudou os porcentuais de concentração no segmento de licenciamento de canais de TV. Na opinião da representante das emissoras, houve mudança no setor e é necessário enquadrar também como competidores as plataformas de streaming dessas operadoras pequenas.

“A Simba passou a negociar o licenciamento dos canais de SBT, Record e RedeTV para plataformas de streaming. Diversas OPPs associadas à Neo que têm esses canais licenciados gratuitamente para a TV por assinatura já celebraram contratos de licenciamento oneroso para distribuição em plataformas de streaming junto à Simba”, diz a empresa. A companhia diz ainda que, embora tenha a intenção de negociar o licenciamento dos canais para inclusão na TV paga, ela não tem incentivos para praticar preços “supra competitivos”.

“No contexto atual, em que as emissoras disputam audiência e receita publicitária com novas plataformas e precisam de recursos para investir em conteúdo e tecnologia, a Simba teria incentivos para negociar um preço razoável com as OPPs para auferir alguma receita pelo licenciamento dos canais de suas sócias. Em suma, qualquer preço maior que zero seria atrativo para a Simba”, diz o texto. A Simba defende que pequenas operadoras podem diminuir sua margem de lucros “depois de terem auferido por anos o benefício econômico de cobrar de seus assinantes conteúdo que receberam a custo zero”.

Verba de publicidade na TV está minguando, diz Simba

Ainda de acordo com a publicação, a join venture formada por SBT, RedeTV! e Record alega que a verba de publicidade que antes sustentava emissoras de televisão está minguando e mudando para o digital. No documento, a Simba cita um levantamento da Kantar Ibope Media no qual aponta que 68% do investimento publicitário em 2022 foi destinado para plataformas de vídeo online, como YouTube, Netflix, Globoplay, entre outros.

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