A novela Nos Tempos do Imperador foi marcada com um escândalo dentro da Globo por denúncias nos bastidores da emissora. A atriz Cinnara Leal falou pela primeira vez sobre o caso envolvendo o ex-diretor da emissora, Vinícius Coimbra, demitido em março de 2022. A artista foi escalada para atuar como a jornalista Cecília em Fuzuê, trama que vai substituir Vai na Fé.
“O assunto ainda dói, só que silenciar nunca foi uma opção. Fiz e faria novamente porque foi um ensinamento para todo mundo. Nós demos voz a uma luta negra”, afirma. Ao lado da atriz, estava Roberta Rodrigues e Dani Ornellas que também denunciaram Vinícius Coimbra e a equipe. A empresa apurou o caso de racismo internamente e o afastou sob a justificativa de assédio moral.
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Segundo a artista, a denúncia foi um passo significativo para a Globo e fez um movimento importante dentro da emissora que agora conta com todas as novelas com destaque de atores negros. “Não tenho dúvidas. Era [o protagonismo negro] um processo que já estava para acontecer, por um reconhecimento dos atores negros. A casa reconheceu que o preconceito não deve limitar”, declarou Cinnara Leal para a Folha de S.Paulo.
Em Fuzuê, a atriz declarou que a personagem será uma jornalista investigativa. “Ela busca a verdade sobre as mortes dos pais em um incêndio, e isso vira uma obsessão. Cecília não quer matar ninguém nem passar por cima da sua moral e ética, mas é uma justiceira e corre alguns perigos. Tentei pegar a doçura da Maju Coutinho”, detalhou.
“E a coragem e determinação de Tim Lopes [repórter da Globo morto em 2002, após ter sido torturado enquanto fazia uma matéria investigativa na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro]. Tim era uma referência no jornalismo investigativo. Estou me aprofundando nessa área, tenho observado vários jornalistas. Quero que os profissionais do jornalismo sintam orgulho de mim. Quero fazer esse trabalho com verdade”, relatou.
