Demitida da Record após 16 anos na emissora, Carla Cecato desabafou e disse que não está sendo fácil ficar longe do Fala Brasil, telejornal que ela comandou por 12 anos nas manhãs da emissora. Em conversa com o jornalista Sandro Nascimento, do site NaTelinha, a âncora revelou que sua demissão não foi surpresa e atribuiu sua saída ao desejo da direção de jornalismo da Record em mudar a cara dos jornalísticos.
“Não está sendo fácil, não vou mentir. Afinal, são dezesseis anos no mesmo lugar, na mesma empresa, com uma mesma rotina. Sinto mais falta das pessoas, do convívio. Do jornal então, nem se fala… O Fala Brasil foi minha casa por 12 anos. Quando entrei, não era casada, nem tinha filho. Ou seja, minha história e da minha família são intrinsecamente ligadas à Record, desde o começo. É um divórcio real, difícil e dói. Mas faz parte”, conta a apresentadora.
Apesar de estar sem emprego, Cecato afirma que está gostando da nova rotina e que está experimentando uma liberdade que não sentia há 20 anos, desde que começou a trabalhar em televisão. “Por incrível que pareça minha rotina está maravilhosa. Apesar de sentir muita saudade das pessoas e do trabalho, estou experimentando uma liberdade que há mais de 20 anos não sentia. Antes de entrar para a Record, já trabalhava para a Band, SporTV, e Rede Globo… Ou seja, há mais de duas décadas era empregada, obedecia a horários, folgas e férias eram impostos pelos empregadores. Essa liberdade é deliciosa”, comemora.
A apresentadora da edição de sábado do Fala Brasil diz que não foi pega de surpresa com sua saída. Ela já havia pedido demissão ao vice-presidente de jornalismo da Record, Antonio Guerreiro, mas ele fez questão que ela continuasse como contratada da rede. “Em 2019 tive um colapso mental durante o trabalho. Eu estava com insônia há três anos, já não aguentava mais dez anos acordando de madrugada, e o excesso de notícias ruins, todos os dias, começara a me fazer mal fisicamente. O Douglas Tavolaro tinha saído, então conversei com o Guerreiro e pedi para deixar a emissora. Sentia que não podia mais contribuir com o meu trabalho, estava esgotada. O Guerreiro foi extremamente compreensivo e não abriu mão de mim. Disse que tinham vários projetos novos para ir ao ar e que me via em mais de um deles. Fiquei feliz. Apresentei um programa especial de fim do ano, aproveitei para tirar férias que estavam acumuladas, e quando os novos programas iam começar a ir ao ar, no início de 2020, veio a pandemia”, explica Carla Cecato.
“Acho que a nova direção quer mudar a cara dos apresentadores da Record. Isso está claro! O Domingo Espetacular, o Jornal da Record e o Fala Brasil estão todos com novos apresentadores. É natural, quando um novo diretor assume, querer dar sua cara à emissora. Acho que esse foi o ponto principal. Eu era a cara da Record há 16 anos, quiseram mudar…”, afirmou. A jornalista também diz na entrevista ao site NaTelinha que não ficou magoada com a demissão: “De jeito algum. Saí, graças a Deus, com as portas abertas. Tenho muitos amigos lá, amigos mesmo. Sou muito grata à Record por tantos anos de parceria e desejo o melhor para todos. Fora que sou fã das novelas bíblicas e continuo assistindo [risos].”