O ator Murilo Sampaio, que está no elenco da próxima novela do Globoplay, Guerreiros do Sol, revelou que nunca participou de uma produção televisiva que tenha sido composta “por nordestinos em sua esmagadora maioria”. Em entrevista para a Caras, o artista adiantou alguns detalhes sobre o seu personagem no folhetim, além de comentar sobre a representatividade na trama, que terá a inspiração da história de Lampião e Maria Bonita. “Acho que agora está acontecendo”, festejou o artista da Globo.
“Tem colegas gaúchos, goianos, mineiros, mas a grosso, o elenco é nordestino, sem sombra de dúvidas. Nunca fiz parte de uma produção de audiovisual que tivesse um elenco composto por nordestinos em sua esmagadora maioria. Muitos pernambucanos, muita gente do Rio Grande do Norte e até para mim, que sou baiano, nunca tinha trabalhado com tantos potiguares”, disse o ator, destacando que foi uma surpresa entrar no elenco da produção da líder de audiência.
“Foi uma surpresa muito grande entrar neste carrossel de pessoas que têm esse estado de potência. Jogar com elas de igual para igual tem sido um grande desafio”, completou Sampaio, que irá atuar no mesmo núcleo que nomes como Alinne Moraes e José de Abreu. O artista ainda abriu o jogo e comentou sobre o que espera para o seu personagem no folhetim. “Muitas pessoas precisam largar suas pequenas fazendas por conta da seca e ir para as cidades maiores em busca de trabalho. Meu personagem está dentro desse contexto”, antecipou.
“Ele entra quase no meio da série e traz introduções do que seria esse período de seca, que também foi o auge do cangaço. É uma figura que tem um atravessamento de pobreza e vulnerabilidade socioeconômica, que passa por determinadas situações e é obrigado a fazer coisas que não queria. Será um personagem humano no sentido de suas contradições”, adiantou o ator, falando sobre o aumento da representatividade nas produções da Globo.
“Para mim e para muitas pessoas, é um espaço que já devia estar sendo ocupado há muito tempo. Se somos mais de 50% da população brasileira, porque não nos vemos nas telas? Acho que agora está acontecendo. É revolucionário assistir Vai na Fé e ver mais de 50% do elenco preto, assistir Amor Perfeito — que é de época — e ver 50%, sendo que não estão em uma posição de escravidão. É muito bacana estar na Globo dentro deste momento em que vejo pessoas iguais não só atrás das câmeras, mas também na frente”, finalizou.