Repórter da GloboNews, Paola de Orte tem sido um nome importante na emissora pelo conteúdo que tem disponibilizado para o canal sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A jornalista está no local desde 2021 enquanto desempenha um papel solitário em Tel Aviv.
Em uma coluna publicada pelo O Globo, a jornalista desabafou sobre a situação em que está no país. “Cobrir uma guerra como esta é ouvir sempre a pergunta: ‘de onde você é?’ com olhar de desconfiança e ansiedade de quem faz. Responder ‘Brasil’ sempre tem a mesma reação: um sorriso de alívio e o comentário ‘O Brasil está do nosso lado’. Tanto de israelenses quanto de palestinos”, contou a comunicadora.
A repórter declarou que tem sido uma luta interna e externa para se comunicar com os outros de maneira indireta. “Outro dia precisei pegar o elevador com uma caixa de livros, para abrir espaço no meu quarto. Peguei o elevador com uma senhora que não tirava os olhos da caixa, tentando ler o que estava escrito. Eu avisei: são só livros. Ela respirou aliviada. Todos estão vigilantes, acham que o vizinho pode ser o inimigo”, declarou.
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“Às vezes, a solidão deste trabalho bate. Quem pode entender o que passa pela minha cabeça? Meus outros amigos jornalistas, que também estão ocupados, apurando, ouvindo, escrevendo histórias, entrando ao vivo, ininterruptamente”, lamentou a jornalista da Globo e da GloboNews.
Paola de Orte contou que está preocupada com a segurança de um amigo. “Enviei uma mensagem a um amigo que ainda não me respondeu. Não falo com ele desde antes da guerra. Já começo a me perguntar: e se? Amanhã vou procurá-lo de novo. Deve estar só preocupado cuidando da família e não teve tempo de me responder. Espero que seja isso. Quando acordo, todos os dias, me vem aquele susto. Lembro onde estou, o que está acontecendo. Espero que as notícias boas venham logo, sabendo que tudo pode demorar”, disse.