Dariush Mehrjui, um dos cineastas mais importantes do Irã, foi morto a facadas na noite de sábado (14) ao lado da mulher, Vahideh Mohammadifar. O crime contra o iraniano aconteceu na residência do casal, perto de Teerã (Irã), segundo a agência de notícias internacionais, a AFP.
O cineasta, que tinha 83 anos, dirigiu A Vaca (1969) um dos primeiros filmes da nova onda do cinema iraniano e que levou o prêmio do júri no Festival de Veneza em 1971. “Durante a investigação preliminar, descobrimos que Dariush Mehrjui e Vahideh Mohammadifar foram assassinados com múltiplas facadas no pescoço”, disse o chefe da Justiça da província de Alborz, perto de Teerã, Husein Fazeli-Harikandi.
A esposa do cineasta havia alertado que eles estavam recebendo ameaças e que sua casa havia sido roubada, segundo o jornal Etemad. “A investigação mostrou que nenhuma queixa foi apresentada relativamente à entrada ilegal na propriedade da família Mehrjoui e ao roubo dos seus bens”, disse Fazeli-Harikandi.
Entre 1980 e 1985, o cineasta estava na França, onde dirigiu Voyage au pays de Rimbaud. Retornando ao Irã, triunfou nas bilheterias com Os Inquilinos. Em 1990, ele gravou Hamoun e fez retratos de mulheres, incluindo Leila, um drama sobre uma mulher estéril que incentiva o marido a se casar com uma segunda esposa, mas ele recusa a ideia.
O autor nasceu em 1940 em Teerã. Graduou-se em Filosofia na Universidade da Califórnia e começou sua carreira dirigindo Diamond 33 (1967) após seu retorno ao Irã. Seu segundo filme, A Vaca (1969, 22ª Mostra), foi banido pelo Estado iraniano. Já dirigiu mais de 20 filmes, entre eles Sara (1993, 18ª Mostra), A Dama (1999, 24ª Mostra), Bemani (2002, 26ª Mostra). Ganhou retrospectiva na 22ª Mostra, com os filmes A Vaca, A Árvore das Peras (1998), A Escola em Que Estudamos (1981), Os Inquilinos (1987), Hamoon (1990), Sara (1993), Pari (1995) e Leila (1997).