A atriz Regina Duarte afirmou que foi rejeitada pela classe artística ao tentar voltar aos palcos depois de ter trabalhado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro como secretária especial de Cultura. Em entrevista para o UOL, a ex-atriz da Globo contou que não estava preparada para o cargo que ocupou, além de lamentar não ter assumido a Cinemateca, que lhe foi prometida. “A proposta era maravilhosa, e tinha muito a ver com a artista que eu sou”, disse ela.
A artista conta que os textos que escolheu não foram aprovados pelos autores. “Tentei fazer teatro no ano passado, mas os dois textos que escolhi não foram aprovados pelos autores. Não quiseram se envolver comigo, por suas razões, que eu entendo perfeitamente”, relatou Regina Duarte, afirmando que se sentiu em uma espécie de limbo. “Então, fiquei assim, meio no limbo, no ano passado todo, e no início deste ano o anjo jogou umas folhas em cima de mim”, contou a atriz, que atualmente faz quadros com folhas, galhos e casas secas.
Regina ainda ainda abriu o jogo e falou que não se arrepende de ter deixado a Globo, para assinar a pasta no governo de Jair Bolsonaro. “Fui defenestrada, essa palavra me ocorreu agora há pouco, e não me arrependo. Pelo contrário, foi muito bom para mim”, disse ela. “Eu não estava preparada. Eu sabia disso, mas eu contava com Humberto [Braga, produtor cultural e secretário adjunto da pasta]”, completou a atriz.
Por fim, a artista lamentou o fato de não ter assumido a Cinemateca depois de deixar o governo. “Era para eu ter passado um tempo na Cinemateca. É uma paixão minha aquele prédio. A proposta era maravilhosa, e tinha muito a ver com a artista que eu sou”, desabafou Regina Duarte.