As redes sociais vieram ao delírio nas últimas semanas com as notícias sobre o escândalo envolvendo uma suposta traição de Pyong Lee com a modelo Antonela Avellaneda durante as gravações do Ilha Record. Teoricamente, o fato era uma pauta e tanto para as diversas versões de A Hora da Venenosa espalhadas pelo país e até mesmo para outros jornalísticos do canal, que não raramente flertam com a cobertura de notícias do universo de celebridades. Mas o que aconteceu foi bem diferente da teoria. A emissora proibiu todas as afiliadas da rede de abordarem o caso nas edições regionais do Balanço Geral e estipulou uma multa em caso do descumprimento da norma.
As parceiras locais da Record, temerosas com a multa, acataram a determinação feita pela matriz a contragosto. Nos bastidores das afiliadas, ninguém entendeu por qual razão a emissora decidiu esconder algo que poderia servir como um chamariz de telespectadores para o reality show. Além disso, o comunicado foi incisivo em proibir notícias sobre a suposta infidelidade do ilusionista, mas exigia que as afiliadas intensificassem a exibição de materiais divulgando o formato nos jornalísticos regionais, como o próprio quadro de fofocas. Nos bastidores, especula-se que o veto partiu da ala religiosa do canal, insatisfeita em ver o nome da empresa associado a um caso de infidelidade.
A reportagem do TV Pop apurou que o memorando vetando a cobertura do primeiro escândalo envolvendo o Ilha Record foi enviado no início da manhã de terça-feira (20), horas depois de Sammy Lee compartilhar em seus perfis uma parte da chamada do programa em que Pyong aparecia debaixo do edredom com Antonela. Com a imagem, ela anunciou que seu casamento havia chegado ao fim e que decidiu parar de mentir para si mesma. O posicionamento da emissora coincide justamente com as falas de Rodrigo Carelli, diretor da atração, que tem evitado confirmar que houve uma traição: ele apenas insiste que, para as cenas fazerem sentido, é necessário observar todo o contexto.
Como era de se esperar, a decisão causou espanto nas afiliadas da emissora. As intervenções da matriz nos conteúdos das edições locais de A Hora da Venenosa são muito raras e só acontecem em casos relacionados a notícias delicadas. Há alguns meses, após uma afiliada tratar o humorista Paulo Gustavo como morto antes dele realmente ter morrido, a rede proibiu que as parceiras fizessem reportagens sobre o estado de saúde do ator por conta própria, se limitando a reproduzir as matérias enviadas previamente pela cabeça de rede.
Antes disso, a Record também determinou que as afiliadas não abordassem o quadro clínico de Marcelo Rezende e Gugu Liberato durante os seus respectivos períodos de internação, centralizando a cobertura em conteúdos feitos ou gerados previamente por São Paulo. Nestes casos, houve o consenso de que as proibições foram feitas pelo próprio departamento de Jornalismo, para evitar a divulgação de informações desencontradas.