Em outubro, a Jovem Pan pagou uma indenização de R$ 20 mil e encerrou uma ação na Justiça movida pelo Flamengo contra a emissora que se arrastava desde 2019. De acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (8), o processo corria na 3ª Câmara Cível do Rio de Janeiro, e o valor foi depositado após o pedido de execução do time carioca. Na época, a diretoria da agremiação esportiva se revoltou com uma acusação do jornalista Rodrigo Viga, repórter da empresa de comunicação na Cidade Maravilhosa.
Em 2019, no programa Esporte em Discussão, Viga afirmou que o Flamengo tinha um esquema de lavagem de dinheiro para macular os seus dados contábeis. Com isso, o time conseguiria investir alto na modalidade. A acusação do comunicador da Jovem Pan ocorreu em um período que o clube voltou a investir massivamente no futebol após anos de economia para pagar dívidas.
“O valor nunca é real. Se falam que é 40, não é 40, é 30. Eu já disse isso aqui uma vez nos microfones da Jovem Pan. Montaram um fundo, desde a época do Bandeira de Mello, que funcionava da seguinte forma: um fundo paralelo, que não era registrado pelo Banco Central, se você quisesse ser cotista desse fundo, botava R$ 500 mil, depois botava R$ 1 milhão, depois botava R$ 1,5 milhão”, disse o jornalista.
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“Agora, você coloca dinheiro em um fundo, você espera retirada, espera ter o retorno desse dinheiro no horizonte de seis meses, 12 meses. E isso não aparece no balanço contábil do Flamengo. Então, por isso, os números do Flamengo são inflacionados. Mas pode ter certeza, eu garanto, nunca condizem com a realidade”, continuou o repórter do grupo de mídia. A ação contra a Jovem Pan foi protocolada por Rodrigo Dunshee, vice-presidente jurídico do Flamengo, após o vídeo viralizar e causar indignação dos torcedores.
Segundo o site F5, da Folha de S.Paulo, que adiantou a informação, o Flamengo pedia R$ 60 mil por danos morais à instituição. No entanto, a juíza Renata Silvares França, que analisou o caso, determinou um valor menor, de R$ 20 mil. “Embora se reconheça a impossibilidade de os profissionais de imprensa divulgarem apenas informações cuja veracidade esteja comprovada, o que inviabilizaria a atividade jornalística, mostra-se imprescindível a verossimilhança dos fatos narrados, embasada, ao menos, em indícios demonstráveis”, disse na decisão.
A magistrada disse ainda: “Em especial quando se tratar de acusações extremamente graves como as que ensejaram a presente demanda”. Os advogados da Jovem Pan recorreram da decisão e pediu um recurso especial, sem sucesso. A emissora não teve uma alternativa que não fosse pagar o valor determinado pela Justiça para o Flamengo. No começo da semana, o caso foi arquivado após a conclusão do trâmite de pagamento da indenização no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro).
