Com uma extensa carreira na televisão, Mateus Solano não era um iniciante na dramaturgia quando recebeu a oportunidade de atuar como Félix em Amor à Vida (2013). Dez anos depois da novela de Walcyr Carrasco, o personagem complicado alçou o artista a um novo patamar dentro da Globo.
“O Félix foi um personagem muito complexo, com muitas cores e camadas, além de trazer questões tão importantes de aceitação e pertencimento de mundo que acho que são comuns a qualquer pessoa, independente de sofrer o preconceito que sofre [uma pessoa] o LGBTQIA+”, detalhou.
Em conversa com o site Heloisa Tolipan, o ator pontuou que a trama gerou uma grande identificação com o público. “É muito interessante o que aconteceu nessa novela. Houve uma identificação geral com o personagem Félix no lugar mais podre do ser humano. E, também, no lugar mais solitário e incompreendido. Félix unia todos os nossos preconceitos e a nossa tendência maquiavélica com a nossa profunda inadequação nesse mundo”, relatou.
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“Foi muito interessante ver até o mais preconceituoso torcendo pelo beijo gay. E isso mostra a força, o tamanho e a profundidade com que a novela opera no público brasileiro. A identificação foi muito forte e ele também tinha muito humor, mas não percebo que sou lembrado apenas por ele. Muita gente vem me falar de Zé Bonitinho, dos gêmeos Jorge e Miguel e algumas crianças trazem também uma paixão pelos personagens que fiz em produções das 19h”, disse.
Mateus Solano afirmou que a preparação para o papel faz com que ele estude muito. “Tento me cercar com o máximo de informações sobre o personagem que vou interpretar. Cada vez mais, eu também prefiro me levar pelo olhar da atriz ou do ator com quem estou contracenando. Afinal, é a partir da provocação do outro personagem que o meu vai reagir. O meu trabalho precisa ser apontado em casa, mas, precisa ter porosidade e abertura para aceitar o que vem da direção e de meus colegas de cena”, pontuou.
