Na dramaturgia desde 1956, Nathalia Timberg passou por diversos papéis. A veterana avalia que a Globo perdeu o medo de ousar em suas novelas, e pontuou que “apelar” para remakes pode não causar o mesmo impacto no público.
“Em um momento em que se pretende apostar no que não representa riscos para o desenvolvimento da programação, apelam para a segurança de um remake. Mas podem se enganar. Toda vez que se procura retomar uma obra devido ao seu sucesso, há o risco de que não haja o mesmo impacto junto ao público. Todas as épocas conheceram crises de identidade. Essa não há de ser privilegiada”, detalhou a artista para a Folha de S.Paulo.
A onda de remakes na emissora carioca aconteceu depois da pandemia com a produção de Pantanal. O segundo remake escolhido pela Globo foi Elas por Elas, que tem sofrido diariamente com as audiências baixas. Em 2024, uma nova versão de Renascer deve estrear no lugar de Terra e Paixão.
Para 2025, a direção de dramaturgia da Globo aprovou o primeiro bloco de capítulos da nova versão de Vale Tudo (1988). A adaptação está nas mãos de Manuela Dias, a criadora de histórias como Amor de Mãe (2019-2021) e Justiça. Os primeiros episódios entregues foram bem avaliados por José Luiz Villamarim, diretor. O executivo, no entanto, pediu algumas mudanças.
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De acordo com informações da Folha de S.Paulo, o diretor de folhetins da Globo pediu a antecipação da entrada de Odete Roitman, a grande vilã de Vale Tudo, vivida por Beatriz Segall (1926-2018). Na primeira versão, a personagem só aparece no capítulo 28, em um close misterioso. A análise é que quase um mês para surgir a vilã é inviável para fisgar o público atual.
Para Nathalia Timberg, o sucesso de uma nova Odete Roitman depende de inúmeras coisas. “Depende de uma série de fatores. Às vezes acertam, às vezes não. Personagens como ela movimentam uma novela. Quem leva a história adiante é o antagonista, não o protagonista”, detalhou.