Gloria Pires é um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira. Com uma carreira de mais de 40 anos, ela coleciona sucessos na televisão, no cinema e no teatro. Mas o que muitos não sabem é que a artista também é uma grande militante da classe. Recentemente, ela foi empossada como membro da Academia Brasileira de Cultura, na cadeira que tem o pai dela, Antônio Carlos Pires (1927-2005), como patrono. Na ocasião, ela declarou que usaria sua visibilidade e nome para lutar pelos direitos dos atores.
A intérprete de Irene na novela Terra e Paixão quer buscar uma reparação que classificou como “injustiça histórica”. “O recolhimento de direitos no ambiente digital, que tanta falta faz a muitos trabalhadores que estariam melhor amparados caso pudessem contar com esse recurso previsto na nossa Carta Magna”, disse ela, que atualmente também pode ser vista no começo das tardes da Globo na reprise de Mulheres de Areia como as gêmeas Ruth e Raquel.
+ Juliana Paes aparece caracterizada como Jacutinga em substituta de Terra e Paixão
+ Depois de revolta de roteiristas, Globo toma medida drástica com Vai Que Cola
Os direitos de imagem e remuneração no ambiente digital foram alguns dos pleitos dos atores nos Estados Unidos que motivaram uma greve histórica que parou toda a indústria audiovisual de Hollywood por quatro meses. No Brasil, o Ministério da Cultura tem se desdobrado para regulamentar o recolhimento dos direitos de criadores, artistas, autores e outras categorias.
“Estamos nos propondo a trabalhar uma regulação da remuneração nas plataformas digitais pelo uso de obras que podem ser música, audiovisual e qualquer outra coisa que seja conteúdo protegido, porque hoje, quando existe remuneração, é baixa e tem alguns setores, como audiovisual, em que a remuneração autoral praticamente inexiste”, disse Marcos Alves de Souza, secretário de Direitos Autorais e Intelectuais do Ministério da Cultura (MinC), ao site Jota em abril.
Gloria Pires afirma que está comprometida com a luta pela preservação da cultura e pelos direitos dos artistas e intérpretes do audiovisual. “Queremos os nossos direitos”, concluiu a atriz. Em agosto, a artista revelou que deixará de ter contrato de exclusividade com a Globo. “Um ciclo que está se encerrando. Tinha muita preocupação em encerrar esse ciclo com uma personagem que representasse essa minha trajetória aqui na Globo, onde construí toda a minha carreira”, disse ela para a repórter Tati Machado.
