Vincent Villari, ex-autor de novelas da Globo, contou em entrevista que desenvolveu transtorno de ansiedade por causa do fracasso de A Lei do Amor, folhetim exibido na faixa das 21h da emissora líder entre 2016 e 2017. A produção foi escrita em parceria com Maria Adelaide Amaral, com quem ele também trabalhou em Ti Ti Ti (2010) e Sangue Bom (2013). Na conversa com o jornalista Duh Secco, o roteirista disse a sinopse original da novela foi pensada para o horário das 23h.
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Inicialmente, a premissa de A Lei do Amor seria um thriller envolvendo o desaparecimento misterioso de uma mulher no mar e a subsequente aparição de uma sósia. Contudo, mudanças nas diretrizes da Globo impulsionaram a narrativa para o horário nobre das 21h, resultando na necessidade de incorporar novas tramas e personagens, incluindo a transição dos coadjuvantes Helô e Pedro para protagonistas, interpretados por Cláudia Abreu e Reynaldo Gianecchini.
Globo mudou sinopse para deixar novela mais romântica
Por causa da baixa audiência de produções anteriores como Babilônia (2015) e A Regra do Jogo (2015), ambas marcadas por tramas urbanas e violentas, a emissora pediu por ajustes significativos na trama de A Lei do Amor. Vincent Villari recorda a complexidade da situação: “Estávamos muito ocupados em atender às demandas da empresa naquele momento delicado”, disse ele mencionando a inclusão de uma fase romântica inicial na trama para atender às expectativas do público.
Vincent Villari destacou as dificuldades enfrentadas durante esse período tumultuado, incluindo a pressão da escolha de elenco considerada inverossímil. Ele compartilhou a angústia ao ver Gabriela Duarte assumir o papel anteriormente interpretado por Regina Duarte e Vera Holtz mantendo sua identidade. Ele também ressaltou a dinâmica de decisões em uma mesa de 15 pessoas, onde cada escolha afetava diretamente a responsabilidade do autor.
Autor enfrentou reunião tensa na Globo
A baixa audiência e as críticas intensas levaram a uma reunião tumultuada na Globo, resultando em um profundo impacto na saúde mental de Vincent. “Foi uma coisa tão violenta, com tanto grito. Eu não sabia o que era um transtorno de ansiedade. Saí dali com uma sensação de ‘vou morrer’. Fui para o hotel e tive a pior noite da minha vida. Voltei para São Paulo e minha mãe me arrastou pro médico. Estou tratando isso até hoje. Eu adoeci mesmo”, relatou ele.
