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ODETE ROITMAN

Aguinaldo Silva opina sobre remake de Vale Tudo: “Seria considerada uma aberração”

Foto de Aguinaldo Silva
Aguinaldo Silva falou sobre o remake de Vale Tudo (foto: Reprodução/Internet)

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Um dos maiores autores da dramaturgia brasileira, Aguinaldo Silva deixou a Globo em 2020. O novelista de Vale Tudo (1988), Tieta (1989), Pedra sobre Pedra (1992), Senhora do Destino (2004) revelou o que pensa sobre uma nova versão de Odete Roitman em um remake e relatou como foi deixar a emissora carioca depois de quase 40 anos.

“Foi complicado [deixar a Globo], porque sempre tive um trabalho em vista, mas me adaptei. Escrevi sinopses, principalmente de séries, que estão com as plataformas de streaming. Também escrevi minhas memórias, que sairão no próximo ano pela editora Todavia, e vou relançar um livro de 1978, chamado No País das Sombras. É uma história que se passa em 1604, em Olinda, sobre dois marinheiros portugueses que se apaixonam e acabam condenados à morte”, relatou o autor.

Na mira da Globo para um remake, Aguinaldo Silva opinou sobre uma nova versão uma vilã icônica da televisão. “Odete Roitman não cairia bem hoje. É como o Crô. É de bom-tom dizer que são caricaturas. A gente sabe que existem pessoas como Odete, mas ela seria considerada uma aberração da natureza por causa de sua linguagem. Não pelo grande público, mas por pessoas mais esclarecidas. Há um grupo, mais radical, que quer inclusive ordenar a linguagem das pessoas”, disse em conversa com a Folha de S.Paulo.

Questionado sobre as mudanças que ocorreram com o tempo, Aguinaldo Silva destacou que enxerga grandes diferenças com o preconceito. “Pessoas preconceituosas não são mais a maioria. Houve uma evolução, independente de qualquer questão política. Lendo o noticiário, vejo um avanço grande em matéria de costumes. Não sei quais são as políticas da Globo hoje, mas tenho visto personagens gays fortes”, contou.

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O autor relatou que havia disputa para quem conseguiria emplacar um beijo gay na televisão. “Uma vez escrito e entregue, o capítulo pertence à emissora. Eu só via a novela no ar. Mas havia uma disputa, entre alguns autores, para ver quem conseguiria emplacar o primeiro beijo gay. Sabíamos que não era para aquele tempo e que não iria ao ar, mas escrevíamos. Quem ganhou foi o Walcyr Carrasco”, disse.

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