O jornalista Nelson Motta encerrou seu vínculo com a Globo após 15 anos como cronista cultural do Jornal da Globo. A despedida do profissional ocorreu na noite de sexta-feira (29), na última edição do noticioso de 2023. Em entrevista, o também compositor, escritor, roteirista, produtor musical, teatrólogo e letrista brasileiro expressou sua sensação de dever cumprido e disse ter gratidão aos telespectadores da emissora líder pela companhia no jornalístico desde 2008.
“Meu contrato era com o Jornal da Globo e terminou. Eu já estava bem cansado”, explicou ele em conversa com o site F5, da Folha de S.Paulo. Entre os fatores que contribuíram para o encerramento da coluna do telejornal das madrugadas da Globo, o jornalista mencionou o aumento das restrições nos direitos autorais, limitando o uso de uma música em matérias jornalísticas a apenas seis segundos. Apesar disso, a saída dele não se trata de uma aposentadoria.
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“Vou fazer coisas bem bacanas em outras mídias. Me aguarde [risos]”, avisou, revelando planos para uma série de palestras abordando diversos temas, como escrita criativa, letras de música, crônicas, jornalismo cultural, romances, musicais de teatro, escrita nas relações amorosas e comerciais. Nelson Motta ainda adiantou seus próximos projetos, que inclui o lançamento de seu novo romance, Corações de Papel, pela editora Record. Ele também vai produzir um musical de teatro sobre Tom Jobim previsto para estrear no segundo semestre de 2024.
Nelson Motta estreou como colunista semanal do Jornal da Globo em novembro de 2008, a convite de Erick Bretas, hoje o principal executivo do Globoplay, que na época ocupava o cargo de editor-chefe do noticioso. Mesmo enfrentando desafios, como sua internação durante a crise sanitária, o jornalista permaneceu no ar com colunas inéditas. A primeira coluna dele no jornalístico foi uma conversa com Roberto Carlos. “O Rei riu até do seu problema com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo)”, disse o cronista.