Na televisão desde os anos 1970, Lucélia Santos foi um dos grandes nomes da dramaturgia da Globo. A atriz protagonizou tramas importantes como Escrava Isaura (1976), Guerra dos Sexos (1983) e Malhação (2001). A artista afirmou que “nunca recebeu um centavo” da Globo pela venda de novelas clássicas da emissora, protagonizadas por ela, para o exterior.
“A gente tem que ter o direito. Eu sou uma das pessoas mais lesadas no Brasil. Nunca recebi um centavo de direito por meu trabalho e divulgação no exterior. A gente está falando de Escrava Isaura, Sinhá Moça (1986), Ciranda de Pedra (1981). Só Escrava Isaura e Sinhá Moça são duas das que mais venderam. Eu nunca recebi um centavo”, contou.
Com o papel em Escrava Isaura, Lucélia Santos chegou a ganhar o Prêmio Águia de Ouro, com os votos de cerca de 300 milhões de pessoas – foi a primeira vez que uma atriz estrangeira recebeu um prêmio no país. Em 1985, a trama já havia sido vendida a 27 países. “Eles dizem ‘não, é anterior a regulamentação da profissão de atores no Brasil’. Ok, mas o direito de imagem é inalienável ou não?”, declarou.
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A atriz destacou que foi boicotada desde que passou a cobrar a emissora dos pagamentos. “O problema nosso é o mercado de trabalho. Se você fala isso, você fica desempregado. Há quantos anos você não me ver fazendo novela? Brutal. Eu gosto de fazer novela, adoro, é porque não tem convite mesmo”, disse ao podcast Embrulha sem Roteiro.
“Essa palavra cancelamento é nova, mas o ator de cancelar é antigo. Se você quer preservar seu emprego, fica quieto. Só que eu sou aquele tipo de pessoa que nunca fui por aí, sou destemida e tem certas coisas na sociedade que têm que ser reestruturadas, repensadas”, concluiu.