Intérprete de Mila em Família é Tudo, nova trama das 19h da Globo, Ana Hikari interpreta a sua primeira vilã em novelas. A atriz, que se destacou pelos trabalhos em Malhação: Viva a Diferença (2017) e a série As Five (2020-2024), garantiu ao TV Pop que sua personagem é cheia de complexidades, além de ser bastante diferente de Wandinha, sua personagem em Quanto Mais Vida, Melhor! (2021). “[Ela é] Totalmente diferente da Wandinha. Ela sofria de amor, estava naquela banda, morava em uma casa no Rio de Janeiro, na Tijuca. A Mila nunca moraria na casa dela, nunca entraria naquela boate. A Mila quer andar na classe alta da sociedade, no Jardins, em São Paulo. É outra vibe”, contou.
Ana Hikari falou com muito entusiasmo sobre sua personagem em Família é Tudo, e até chamou atenção dos jornalistas. “Eu estou apaixonada, você está percebendo? Eu espero que vocês fiquem também, porque sério, eu estou me entregando de coração para fazer essa personagem. Eu estudei muito, pesquisei, fui pesquisar referências de imagem, de músicas. Eu tenho playlists que me ajudam a acessar as emoções dela”, entregou.
Sobre as semelhança que pode ter em relação à personagem, Ana Hikari garantiu que só vê um ponto em comum com a vilã. “Eu sou muito distante da Mila, mas acho que a obstinação dela, que ela tem essa obstinação de chegar em outro patamar social, essa obstinação que ela tem de subir de vida, eu tenho no meu trabalho. Eu acho que toda essa obstinação eu estou colocando em cada set de gravação, em cada dia que eu estou decorando texto, eu estou entregando tudo de mim para eu conseguir construir uma personagem icônica”, avaliou.
A atriz fez questão de destacar o trabalho do autor Daniel Ortiz ao escrever Mila. “Eu acho que todo vilão bem construído, e o Daniel Ortiz é um autor que sabe fazer isso, ele é hitmaker de novela e sabe fazer vilão como ninguém, e ele construiu uma vilã que para mim é um presente. Ela é super profunda, ela tem questões, ela tem complexidade, ela tem motivações para fazer o que ela faz. Explica, mas não justifica. São motivações que explicam por que dela fazer aquelas coisas, mas não justifica a maldade porque a gente não concorda. Ela é bem imprevisível”, garantiu.
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A personagem de Ana Hikari é apaixonada pelo personagem defendido por Raphael Logam, que é um artista indicado duas vezes como melhor ator no Emmy Internacional. “Nossa troca está sendo muito divertida. É uma dupla, cúmplice em tramas, e está sendo uma delícia essa troca”.
A artista falou sobre como encontrar amigos no set de gravações pode facilitar o trabalho, e citou Daphne Bozaski, parceira de sete anos desde os tempos de Malhação, mas com quem reencontrou em lugares diferentes na carreira. “A intimidade que a gente tem ajuda, porque por exemplo, eu sei quando ela está querendo concentrar em cena, eu sei o que fazer. Eu sei o que fazer para ela relaxar, ela sabe quando eu estou precisando de, algum estímulo, de uma massagem, ela vem e me ajuda. A gente tem uma intimidade e uma relação muito próxima de trabalho que ajuda muito, e acho que é maravilhoso porque vai para a tela”, explicou.
Ana Hikari também comentou sobre a importância de ser uma atriz de origem asiática e de como é satisfatório ocupar espaços no horário nobre. “Eu acho que a questão de debate racial está crescendo muito no Brasil e eu acho que é super importante, porque o Brasil se diz tanto um país miscigenado, e acho que isso é um mito que inseriram nesse país da democracia racial. Como se o país fosse justo por receber pessoas de tantos lugares diferentes, mas é uma mentira que esse país vive uma igualdade. E o que a gente vê no audiovisual nesses anos de televisão brasileira, mais de 60 anos de telenovela no Brasil, é uma grande desigualdade. Acho que está crescendo agora é um grande o debate racial”, avaliou.