A Band continua planejando uma renovação completa de seu horário nobre a partir do próximo ano. A emissora irá usar a chegada de Faustão, que comandará um programa diário de segunda a sexta-feira, para promover um grande relançamento de sua programação. Para os executivos da rede, a chegada do comunicador representará uma chance única de atrair a atenção dos telespectadores para o canal, que tem sofrido com o desinteresse do público nos últimos meses. E, dentre os projetos apresentados ao mercado nas últimas semanas, um em especial chamou a atenção: uma nova temporada do X Factor Brasil está sendo avaliada para 2022, cinco anos depois de sua primeira edição.
O reality show britânico teve ares de superprodução em sua única temporada produzida no país. O formato era uma das principais apostas da Band para 2016, ano em que as competições musicais estavam em alta no país, mas acabou se revelando um fracasso colossal. Ao decorrer de seus 26 episódios, o programa só superou a barreira dos 3 pontos em duas ocasiões, e chegou a marcar apenas 1,7 ponto de média. Com a baixa audiência e os altos custos de produção envolvidos, a atração não voltou mais ao ar, e a emissora abriu mão dos direitos de produção.
A reportagem do TV Pop apurou que o retrospecto negativo não é um problema para Diego Guebel. A possível volta da atração foi uma sugestão pessoal do executivo, que não raramente se baseia em tendências da televisão argentina para tomar suas decisões. Por lá, o The Voice voltou a ser produzido depois de três anos fora do ar e se transformou em um dos maiores sucessos televisivos do país neste ano, sendo o programa mais assistido da atualidade, chegando a marcar o triplo de audiência da segunda colocada em seu horário de exibição.
O sucesso de um reality musical no país vizinho não é o único fator determinante para a possível nova temporada do X Factor Brasil. A Band tem procurado formatos que possam atrair bons anunciantes para a emissora, que irá perder uma de suas principais fontes de renda a partir de janeiro, com a saída de R.R. Soares do horário nobre após 18 anos ininterruptos. Em sua primeira edição, o formato se pagou mesmo com a audiência abaixo do esperado.
A atração só voltará a ser produzida se, de fato, tiver sinal verde do mercado publicitário. A emissora não irá investir na aquisição de formatos que não tenham viabilidade econômica, tem consultado agências de publicidade sobre os seus planos para o próximo ano, e apenas os projetos que estão sendo bem recebidos pelas empresas serão feitos no próximo ano. Até agora, as conversas tem sido animadoras, mas ainda não há um contrato assinado.