A Globo não ficou nada feliz com o vazamento acidental da primeira chamada do Domingão com Huck. O material, exibido inadvertidamente pela afiliada da emissora no Maranhão, ainda não estava liberado para exibição e só foi gerado para as parceiras da líder de audiência para avaliação do comercial, não para a sua inserção em intervalos da programação. Os executivos da emissora foram surpreendidos pela propaganda, feita quase em segredo de estado, circulando nas redes sociais desde a tarde de terça-feira (17) e promoveram uma caça às bruxas para descobrir onde aconteceu a falha que provocou a veiculação da campanha publicitária antes da hora.
Há vários anos, a Globo tem o costume de enviar com as afiliadas diversos materiais para avaliação, como chamadas e até mesmo gravações de pilotos. Todos os conteúdos costumam ser enviados com claquetes, que indicam quem foi responsável pela produção daquele material, além das sinalizações de a partir de quando — e se — aquilo poderá ser incluído na programação regular da emissora. A chamada do novo programa dominical foi enviada na segunda (16), junto com outros conteúdos de atrações que já estão no ar.
O TV Pop apurou que a confusão partiu da própria matriz da emissora, no Rio de Janeiro. Por uma falha técnica, a chamada do Domingão com Huck foi disponibilizada para as afiliadas sem a sinalização de que não se tratava de um material com exibição autorizada nos intervalos comerciais. O departamento de Programação até notou o problema em tempo hábil e enviou, na manhã de terça-feira (17), um pedido para que as afiliadas não colocassem o comercial no ar. A reportagem teve acesso ao breve comunicado, enviado por e-mail aos coordenadores locais:
Prezados, a chamada Domingão com Huck não está valendo. Peço que não rodem esse material localmente. Obrigado.
O alerta não foi o bastante. Quando o comunicado foi enviado para as parceiras regionais da Globo, a blocagem dos intervalos comerciais dos telejornais locais da hora do almoço estava concluída, e as peças publicitárias já estavam inseridas no sistema de exibição. A remoção de um comercial para a inserção de outro não é tão simples como pode parecer, e demanda tempo e autorização de diversos departamentos. E foi justamente essa a justificativa dada pela direção da TV Mirante para não ter removido a chamada do break do JM1 — equivalente ao SP1 no estado.
A afiliada maranhense foi advertida por ter exibido o material antes da hora, mas acabou não sendo a única culpada pelo vazamento acidental. O setor de Programação da emissora também foi repreendido e cobrado por mais atenção na hora de enviar material para as emissoras regionais, principalmente em casos que envolvam novos projetos, que sempre são lançados primeiramente em intervalos comerciais transmitidos em rede, não na grade local.