Milton Neves iniciou a carreira na rádio nos anos 1960 e sempre trabalhou com comunicação. Casado com Lenice desde 1954, o comunicador perdeu a companheira em 2020 depois de dois anos de tratamento contra o câncer. Em 2023, o jornalista pediu demissão da Band para tratar uma depressão que se arrasta desde a morte da mulher.
“Estou tocando a bola, mas em uma fortíssima depressão. Minha vida está horrível. Estou vivendo numa casa que cabem umas 70 pessoas, eu, o caseiro e a mulher do caseiro. Passo os dias deitado, em uma depressão danada, fico sonhando com minha mulher. Meu único amor da vida inteira. Só tive um namoro, um noivado e um casamento na vida. Agora ela foi para o céu. Ela me deixou no dia 30 de agosto de 2020 e desde então minha vida virou um horror”, declarou.
O apresentador afirmou que pediu demissão em 2023 e já estava doente antes. “Eu que pedi demissão. Falei para o Johnny Saad (dono da Band): “não posso trabalhar, estou psicologicamente derrotado”. Já estava antes, desde quando ela adoeceu. Pedi demissão, isentando a Bandeirantes de qualquer pendência futura comigo. Eu amo a Bandeirantes”, afirmou para a Folha de S.Paulo.
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“A Band não me deve nada, eu que devo a ela, porque ela realizou meu sonho de menino que era trabalhar lá. A minha carta de demissão é a carta mais bonita da história de uma relação de funcionário com uma empresa. Mil vezes obrigado, Bandeirantes, por ter me acolhido”, disse.
Milton Neves pontuou que trata a depressão, mas “não tem conserto”. “Já mudei de psicólogo e psiquiatra umas três vezes cada, mas não tem conserto. Esses dias fui lá no Jassa cortar e pintar o cabelo, porque meu cabelo estava parecendo o Einstein”, justificou. “Encontrei o Silvio Santos. Ele está muito lúcido, com uma voz linda. Ele virou para mim e falou: ‘moço, o senhor está triste, hein’. Eu falei [chorando]: ‘estou mesmo’. Ele me indicou remédios, me deu conselhos para lidar com a depressão. Mas não tem jeito. Até morrer eu vou estar chorando”, contou.