Alice Wegmann, que está no elenco da série Justiça 2, relatou que ficou com dores em seu corpo por conta das cenas de abuso sexual que fez para a produção do Globoplay. Em entrevista ao Encontro na última quinta-feira (25), a atriz, que interpreta Carolina, personagem que é violentada pelo tio, lamentou o fato de que muitas pessoas irão se identificar com a jovem da trama.
“Infelizmente, muitas pessoas vão se identificar com essa personagem, mas felizmente muitas pessoas vão se inspirar com a coragem e com a força dela. Acho que isso é muito importante”, iniciou a artista, contando que apesar das cenas não terem muito toque físico, ainda assim acordava com dores pelo corpo. “Muitas das cenas que fazia com o Murilo Benício, que foi um parceiro incrível, me faziam acordar com dores físicas no dia seguinte”, recorda.
“Mesmo que não tivesse muito toque físico. Às vezes tinha, às vezes não. Mas mesmo que não tivesse, eu acordava cheia de dores”, acrescentou a atriz, que falou da importância de retratar abusos sexuais em séries e filmes. “Muitas vezes, a gente acha que um estuprador ou um criminoso está muito distante da nossa realidade e das nossas famílias. Só que a maioria deles são pessoas muito próximas”, finalizou.
Em entrevista recente ao site F5, da Folha de São Paulo, Alice Wegmann avaliou que a personagem mexeu profundamente com ela durante as gravações, principalmente por ter passado pelo trauma na vida pessoal. “Foi muito difícil e também muito emocionante; é uma personagem que mexeu muito comigo. Eu acho que é uma história que fala muito sobre muitas mulheres aqui no Brasil. Infelizmente, muita gente vai se identificar”, declarou.
“Muita gente vai criar coragem para fazer o que tem que ser feito, para denunciar, para virar o jogo, para falar sobre isso dentro das famílias porque são coisas muito veladas, muito silenciadas. Então acho que a gente vem com uma função, com uma importância mesmo muito grande”, continuou. Sobre ter sido vítima do crime na vida pessoal, Alice avaliou que a personagem em Justiça 2 teve uma importância diferente. “Foi difícil, mas, ao mesmo tempo, foi necessário. Eu ter atravessado essa série foi muito simbólico para mim”, afirmou.