Apresentador do Drag Race Brasil, Gregory Mohd, a Grag Queen, revelou que foi uma das vítimas de um processo chamado “terapia de conversão”, que promete mudar a orientação sexual das pessoas. O processo, proibido no Brasil pelo Conselho Federal de Psicologia, gerou um verdadeiro trauma no artista, que alegou se sentir “lesionado” até os dias de hoje.
O depoimento de Grag Queen foi feito para a campanha Fim da Cura, a fim de alertar e denunciar métodos de conversão de orientação sexual e identidade de gênero. O projeto visa também colher assinaturas para apoiar o Projeto de Lei 5034/2023, que equipara o método ao crime de tortura. “Eu tinha que ficar de jejum por sete horas, tinha que beijar meninas, namorar meninas para ir contra esse ‘demônio'”, contou.
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“Eles aplicavam eletrochoques em que a gente tinha de ficar numa fila, de olho fechado. Molhavam a nossa boca a nossa cabeça e tinham que dar tantos choques repetindo expressões: ‘eu não sou gay’ ou ‘eu posso não ser perfeito, mas Deus vai me fazer perfeito”, continuou o apresentador.
Grag Queen explicou que as marcas do processo que passou na adolescência estão bem fortes em sua mente até os dias atuais. “Imagina o peso que tem para um pré-adolescente levar um choque repetindo coisas que você não quer e nem consegue. Essa cura nunca chegou para ninguém. É um sacrifício. É uma invasão tão grande no seu jeito de existir”, lamentou.
Por fim, a drag queen fez um apelo para a criminalização da prática de conversão. “Temos que criminalizar esses atos, foi criminoso o que fizeram comigo, me senti abusado mentalmente. Me sinto lesionado até hoje. Ninguém tem o direito de mudar a nossa biologia de ser livre”, concluiu.