Demitida pela Globo no início de abril, Christiane Torloni ficou na emissora por 48 anos e está prestes a completar 50 anos de carreira. Apesar da estabilidade de uma longa carreira no canal carioca, a atriz desabafou sobre a instabilidade de trabalhar como artista no país.
“Eu ganhei na loteria por de ter tido a oportunidade de trabalhar numa instituição que, para o Brasil, eu acho que é um orgulho. Se você está procurando segurança, não seja um artista. Você pode até ter jeito para a coisa, mas se você quer segurança, você não pode ser um artista. Você não deve ser. Você vai sofrer miseravelmente. Porque parte da criação vem dessa instabilidade”, analisou.
A eterna intérprete de Tereza Cristina em Fina Estampa (2011) pontuou que o apego é um problema para os artistas. Christiane Torloni sinalizou que nem todos os atores têm a mesma realidade. “Existe uma coisa que o artista lida que se chama impermanência. Se você se apegar demais, você está ferrado. Tem artistas que tiveram uma linha do tempo. A minha linha do tempo não é essa. Eu fiz muitos trabalhos por obra certa. E, nesses intervalos, entre uma obra e outra, eu fui fazendo teatro, eu fui fazendo cinema. São várias colunas que apoiam a minha carreira. Não uma só. Porque é perigosíssimo você colocar todos os ovos numa cesta só”, contou Christiane Torloni para a Folha de S.Paulo.
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“Eu acho que a TV aberta é essencial porque ela fala diretamente; a gente não pode esquecer o caldo de cultura que o Brasil, sabe? Tem espaço para todo mundo, tem espaço para todas as dramaturgias, tem espaço para todos os cinemas e para todas as artes. Tem que ter lugar para tudo na poesia. Onde não tem é na política. Porque, ao que me conste, o Estado brasileiro é laico. E aí que a gente vai ter as superposições que são perigosas”, afirmou Christiane Torloni.