Muitas pessoas podem não a conhecer por nome, mas Shahar Boyayan constantemente viraliza nas redes sociais por uma entrevista que deu a César Tralli para o Jornal da Globo em 1994. Na ocasião, o então repórter mostrava a vida de uma empresária que agenciava pessoas fora do padrão da época para os comerciais que eram veiculados nos anos 1990.
Na reportagem, César Tralli dá o seguinte enunciado: “A baixinha, loirinha, gordinha, 80 quilos e com cara de bolacha, descobriu na própria feiura a sua fonte de renda. Ela não só fez propaganda de TV, como abriu uma agência, que só contrata gente feia”. Shahar era dona da agência Funny Faces, que viu seu negócio explodir depois de aparecer na televisão.
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Em entrevista ao portal F5, da Folha de S.Paulo, a empresária contou que seu negócio foi um sucesso 30 anos atrás. “Na verdade, aquela matéria me ajudou muito como empresária. Foram vários anos. Para você ter uma ideia, essa foi a primeira matéria que saiu sobre a agência. Depois disso, eu tinha fila na rua de pessoas que se achavam feias, mas queriam fazer comerciais de TV”, entregou ela, que atualmente mora nos Estados Unidos e possui outra empresa.
Shahar Boyayan contou que na época não se incomodou nem um pouco com a forma que foi retratada por César Tralli, e avaliou que os tempos eram outros. “Ele foi uma excelente pessoa. Não me incomoda”, declarou. “Eu acho que se acontecesse hoje, eu ia ficar me achando extremamente desrespeitada”, pontuou.
A empresária explicou que apelidos para características físicas não eram mal vistos na época em que a reportagem foi ao ar no Jornal da Globo. “E acho que [o assunto] volta toda hora justamente porque as pessoas mudaram como elas veem o outro, né? Naquele momento, tem 30 anos, todos nós éramos diferentes, e isso não foi um problema”, explicou.
Shahar também disse que a situação com César Tralli foi tranquila porque via as situações com bom humor. “Na verdade, a gente precisa ainda manter o nosso humor um pouquinho. Eu não teria tido sucesso com a agência se a gente não brincasse com o humor o tempo inteiro. Isso é importante. Se a gente perder isso, eu não sei como vai ficar a sociedade”, concluiu.
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